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Os estranhos e originais aviões de guerra da Suécia


Neutralidade do país na Guerra Fria obrigou a indústria local a produzir uma safra de caças exclusivos


Trio supersônico da Suécia: na imagem os caças Viggen, Draken e o Gripen (Força Aérea da Suécia)

Trio supersônico da Suécia: na imagem os caças Viggen, Draken e o Gripen (Flygvapnet)

A posição de neutralidade da Suécia diante de conflitos entre duas nações significa que o país não toma partido a favor de nenhum dos lados em uma guerra, e em troca espera não ser atacada por quaisquer dos envolvidos. Se isso acontecer, é preciso estar preparado.

Por conta da postura neutra, a Suécia teve de desenvolver sua própria indústria bélica para suprir necessidades de defesa sem depender de outros países e assim não assumir um lado que pudesse desagradar outro. Com essa política, o país escandinavo construiu alguns dos mais avançados aviões militares em diferente épocas, acompanhando avanços dos Estados Unidos e União Soviética (e depois Rússia) ao longo dos anos da Guerra Fria e tempos atuais.

O principal produto de todos esses anos de estudos é o caça Gripen NG, considerado um dos mais avançados da atualidade e que a partir de 2019 começam a ser introduzidos a frota da Força Aérea Brasileira (FAB). O contrato entre Brasil e Suécia prevê a aquisição de 36 aeronaves, sendo que parte delas serão fabricadas pela Embraer, permitindo transferência de tecnologia para futuros projetos da empresa brasileira.

Apesar do respeitável arsenal –a força aérea do país possui mais de 130 caças Saab Gripen -, a Suécia não se envolve em uma guerra desde 1814, quando instaurou sua neutralidade.

A última vez que Estocolmo declarou estado de guerra foi entre 1812 e 1814, quando o país apoiou a “Sexta Coligação” para combater a tentativa de Napoleão Bonaparte invadir a Rússia e também em retaliação a Dinamarca e a Noruega, que declaram apoio a França na parte final das “Guerras Napoleônicas”, que seriam encerradas em 1815.

Desde então, a Suécia participou apenas de missões de apoio a ONU na África, nos anos 1960, e recentemente na  coligação da OTAN que ajudou a derrubar o ditador Muamar Kadafi na Líbia.

Primeiros aviões

Com os aviões provando um poder devastador durante a Primeira Guerra Mundial, as grandes nações partiram para o desenvolvimento massivo de aeronaves com performances superiores. A Suécia também entrou nesses estudos e na década 1920 começou a desenvolver seus próprios aeroplanos para aplicação militar.

O biplano Svenska Aero Jakfalken foi o primeiro avião militar fabricado na Suécia (Domínio público)

O biplano Svenska Aero Jakfalken foi o primeiro avião militar fabricado na Suécia

O primeiro avião militar sueco foi o biplano Jakfalken, produzido pela Svenska Aero, empresa já extinta. O modelo voou pela primeira vez em 1929 e na década de 1930 serviu como avião de observação, bombardeiro e caça da recém formada Força Aérea da Suécia. Mas como os anos seguintes mostrariam, aeronaves mais avançadas seriam necessárias.

Foi a partir da década de 1930 e com prenúncio da Segunda Guerra Mundial que a Saab, que já fabricava carros e trens, passou a desenvolver aviões. O primeiro aparelho de grande performance da empresa escandinava foi o Saab J 21, um exótico caça com o motor a hélice virado para trás.

O modelo J21 voou pela primeira vez em 1943 e logo foi declarado operacional para vigiar os céus da Suécia, que estava literalmente cercada. A esquerda, a Finlândia era invadida pelos soviéticos, enquanto do lado direito a Noruega era atacada pela Alemanha. Por fim, havia ainda no sul a ameaça dos nazistas, que haviam invadido a Dinamarca, e ao norte uma enorme entrada para uma possível invasão da URSS pelo mar.

Todas essas nações, contudo, respeitaram a neutralidade da Suécia e o Saab J 21 nunca precisou disparar suas armas em combate, que consistia em uma combinação de metralhadoras e canhões, além de bombas e foguetes. O modelo também foi um dos mais rápidos de seu tempo: podia alcançar a velocidade máxima de 640 km/h.

Entre as décadas de 1930 e 1940, a Saab desenvolveu outras importantes aeronaves para defesa da Suécia, como os modelos “B-17” (que não tem nenhuma relação com o americano Boeing B-17) e o Saab 18, um bombardeiro bimotor de longo alcance.

O Saab 21 foi um dos caças com design mais diferentes na época da Segunda Guerra Mundial

O Saab 21 foi um dos caças com design mais diferentes na época da Segunda Guerra Mundial

Primeiros jatos

Com o final da Segunda Guerra Mundial e o início dos temores da Guerra Fria entre EUA e URSS, a Suécia se viu novamente entre duas enormes potências cada vez mais armadas e preparadas para um novo conflito. Foi nessa época que começaram a surgir os primeiro aviões de combate com motores a jato, capazes de alcançar velocidades até então consideradas impossíveis. E os suecos, novamente, não ficaram para trás.

A Suécia participou da primeira geração de caças a jato com o Saab J 21R, uma versão do J 21 adaptada para funcionar com um motor a reação. O primeiro jato sueco entrou em operação apenas dois anos após o final da Segunda Guerra Mundial e apresentou performances semelhantes às dos modelos americanos e soviéticos da mesma época: era capaz de atingir 800 km/h com alcance aproximado de 800 km. Os armamentos eram os mesmos do J 21.

Primeiro jato sueco, o J21R voou pela primeira vez em 1947; podia alcançar até 800 km/h (Lars E. Lundin Collection)

Primeiro jato sueco, o J21R voou pela primeira vez em 1947; podia alcançar até 800 km/h (Lars E. Lundin Collection)

Ao mesmo tempo que os EUA desenvolvia o F-86 Sabre e a URSS o temível MiG-15, considerados os jatos mais modernos da primeira geração, a Suécia mostrou ao mundo já em 1948 o excêntrico jato Saab J 29 “Tunnan” (“Barril”, em sueco), que alcançava em alguns aspectos os modelos das superpotências em corrida armamentista.

O segundo jato operacional da Suécia podia alcançar a velocidade máxima de 1.060 km/h e foi a primeira aeronave da força aérea sueca armada com mísseis. Além do novo armamento revolucionário que podia abater outros aviões a distância e com precisão, o “Barril” ainda contava com canhões e foguetes para atacar alvos terrestres e navais.

O nome "Tunnan" ("Barril" não é à toa... O J29 pode alcançar 1.060 km/h (Força Aérea da Suécia)

O nome “Tunnan” (“Barril”) não é à toa… O J29 pode alcançar 1.060 km/h (Flygvapnet)

O Tunnan foi o primeiro avião da Suécia a entrar em combate. O país apoiou a missão de paz no Congo, em 1962, realizando ataques aéreos com o J 29 contra posições insurgentes com fogo de canhões e foguetes. Durante a crise no país africano, o comando militar da ONU considerou o desempenho da aeronave excepcional. Nenhuma unidade da força sueca foi perdida durante a ação, exceto por um modelo que se acidentou enquanto decolava.

Apesar do sucesso do J 29 no Congo, os aviões foram destruídos por determinação da ONU em 1964 após o final da guerra civil. O custo para enviar as aeronaves de volta a Suécia, além de um extensivo programa de revisão após dois anos de conflito, era inviável e os caças foram retalhados. O Tunnan também foi exportado para a Áustria.

Um Tunnan com a marca da ONU no Congo, no início da década de 1960; nenhum avião foi perdido em combate

Um Tunnan com a marca da ONU no Congo, no início da década de 1960; nenhum avião foi perdido em combate (Flygvapnet)

Na década de 1950 começaram a surgir caças a jato multifuncionais, como o MiG-17 e o britânico Hawker Hunter, aviões que voavam a mais de 1.000 km/h por longas distancias e carregando pesadas cargas de armas. A resposta da Suécia para esse momento foi o Saab J 32 “Lansen” (“Lança”), que foi também o primeiro caça sueco equipado com radar.

Mais rápido e com alcance superior ao do Tunnan, o Lansen entrou em operação em 1952 e se tornaria a aeronave mais longeva da Força Aérea da Suécia, permanecendo em serviço até o final da década de 1990.

Quando estreou, o J 32 foi aplicado na função de interceptador e bombardeiro e teve também versões de reconhecimento. No final de sua carreira ainda servia na importante função de guerra eletrônica, com aparelhos de pertubação, e funções secundárias como rebocador de alvos e “agressor” em treinamentos de caça com unidades mais avançadas.

O Lansen, lançado em 1952, podia alcançar até 1.125 km/h e voar por 3.220 km (Força Aérea da Suécia)

O Lansen, lançado em 1952, podia alcançar até 1.125 km/h e voar por 3.220 km (Força Aérea da Suécia)

Velocidade do som

Com a velocidade do som superada em 1947 e o conceito provado pelo protótipo norte-americano Bell X-1, todas as nações com indústria bélica avançada correram para desenvolver suas aeronaves supersônicas. Os EUA, obviamente, saíram na frente com o F-100 “Super Sabre”, introduzido em 1954, e em seguida foram acompanhados pela URSS com o MiG-19 e a França com o Dassault Super Mystère. Esses três modelos, os mais famosos da segunda geração de caças, eram capazes de voar a mach 1, a velocidade do som (cerca de 1.225 km/h).

A Suécia começou a estudar velocidade supersônicas no início da década de 1950 e a partir de seus primeiros protótipos descobriu que os novos caças mach 1 ficariam obsoletos rapidamente. Estudos sugeriam que era possível dobrar a velocidade do som ou quem sabe até ir mais rápido. Foi o que os suecos fizeram.

Em 1955, a Saab apresentou o J 35 “Draken” (“Dragão”), um caça com uma enorme asa em formato delta e um potente motor capaz de levá-lo a mach 2 (2.150 km/h). Além disso, o modelo foi o primeiro do país escandinavo capaz de operar mísseis orientados por radar, ainda mais precisos que os artefatos guiados por calor. O Draken iniciou seus serviços da Suécia em 1960, mesmo período em que também estrearam outros interceptadores mach 2, como MiG-21, Mirage III e o F-104 Starfighter.

O Draken entrou em operação na Suécia em 1960; foram fabricadas 651 unidades (Força Aérea da Suécia)

O Draken entrou em operação na Suécia em 1960; foram fabricadas 651 unidades (Flygvapnet)

Com os Lansen e Draken entrando em fase de obsolescência, a Força Aérea da Suécia requisitou em 1960 um novo caça polivalente. O plano era criar um avião capaz de cumprir as mesmas tarefas que os então principais aparelhos da força sueca, e ainda aumentar o leque de possibilidades. Não só isso, o avião deveria ser barato e fácil de operar e capaz de pousar em pistas improvisadas, como rodovias. O resultado dessa longa lista de exigências foi o Saab J 37 Viggen (“Trovão”, em sueco), apresentado em 1967.

Ainda mais rápido que o Draken e com uma capacidade de ataque ao solo ainda mais devastadora que a do Lansen, o novo Viggen foi considerado um dos melhores aviões de seu tempo. O modelo sueco era um dos poucos caças capazes de lançar o míssil AIM-120, orientado por radar e capaz de abater alvos fora do alcance visual do piloto.

O Viggen, um caça multifuncional, voava a até 2.231 km/h (mach 2) e levava modernas armas (Força Aérea da Suécia)

O Viggen, um caça multifuncional, voava a até 2.231 km/h (mach 2) e levava modernas armas (Flygvapnet)

Apesar das performances avançadas para a época, nenhum outro país além da Suécia comprou o J 37. O caça da Saab disputava o mercado de aeronaves como o Mirage III e o MiG-23, que tinham a seu favor  experiência em combate. O Viggen, inclusive, foi um dos três caças selecionados no programa FX-1 da FAB, que também concorriam o britânico English Electric Lightning e o Dassault Mirage III, que venceu a disputa.

Tanto o Draken como o Viggen viraram o milênio e operaram até meados de 2010, quando foram totalmente substituídos pelos Gripen.

Projeto Gripen

O Saab JAS 39 Gripen, hoje tão falado na mídia brasileira, não é tão novo quanto parece. O modelo foi desenvolvido na década de 1980 e o primeiro protótipo voou em 1988. O programa de desenvolvimento do novo caça, porém, enfrentou uma série de problemas, sobretudo por uma série de acidentes, e o aparelho demoraria para entrar em operação.

O primeiro esquadrão de Gripen da Suécia foi formado em 1997 e gradativamente os veteranos Draken e Viggen eram retirados da frota a medida que os novos caças chegavam. A força aérea sueca possui atualmente mais de 130 caças JAS 39.

O Gripen entrou em operação em 1997 e já tem cinco operadores, como a República Tcheca (Milan Nykodym)

O Gripen entrou em operação em 1997 e já tem cinco operadores, como a República Tcheca (Milan Nykodym)

Capaz de alcançar a mesma velocidade máxima do Viggen, o Gripen por outro lado cumpre a mesma função com menor consumo consumo de combustivel e pode operar em “cruzeiro supersônico” sem precisar ativar o pós-combustor do motor. O JAS 39 também é menor que seu antecessor e pesa quase a metade. Carregados, porém, eles têm praticamente o mesmo peso.

A Suécia apoiou as forças da OTAN em 2011 contra a Líbia, cujas forças militares estavam voltando suas forças contra a população, no período que ficou conhecido como “primavera árabe”. Os Gripen foram o principal meio sueco no conflito, sendo utilizado a partir de bases no Chipre em missões de reconhecimento.

O Gripen possui equipamentos de voo compatíveis com os mais avançados armamentos e todos os controles são “fly-by-wire” (comando eletrônicos), o que aumenta o grau de automação da aeronave e facilita a operação do piloto. Mas como notamos ao longo desses quase 100 anos, os suecos não param.

O Gripen NG ainda está em fase de testes na Suécia (Flygvapnet)

O Gripen NG ainda está em fase de testes na Suécia (Flygvapnet)

A Saab apresentou em 2008 o demonstrador de tecnologia “Gripen NG”, uma versão otimizada do Gripen, com maior capacidade para combustível e armamentos, motor 20% mais potente e alguns dos equipamentos de voo (aviônicos) mais avançados da atualidade. Foi justamente essa nova geração do Gripen que o Brasil escolheu para equipar a FAB.

O Brasil foi o primeiro cliente do Gripen NG, mas não o primeiro do Gripen. O caça compacto da Saab também opera nas forças armadas da África do Sul, Hungria, República Tcheca e Tailândia.

Fonte: Airway

Como Portugal comprou o Nordeste dos holandeses por R$ 3 bi

(Wikipedia)

Image copyrightWikipedia Image captionQuadro do pintor brasileiro Victor Meirelles de Lima retrata Batalha dos Guararapes (1648/1649), que encerrou período do domínio holandês no Brasil

Mesmo depois de terem sido derrotados, os holandeses receberam dos portugueses o equivalente a R$ 3 bilhões em valores atuais para devolver o Nordeste ao controle lusitano no século 17.

O pagamento ─ que envolveu dinheiro, cessões territoriais na Índia e o controle sobre o comércio do chamado Sal de Setúbal – correspondeu à época a 63 toneladas de ouro, como conta Evaldo Cabral de Mello, historiador e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), no livro O negócio do Brasil, que está sendo relançado em uma nova edição ilustrada pela Editora Capivara, de Pedro Correia do Lago, ex-presidente da Fundação Biblioteca Nacional. A edição original foi lançada em 1998.

Em valores atuais, o montante equivaleria a 480 milhões de libras esterlinas (ou cerca de R$ 3 bilhões). O cálculo foi feito à pedido da BBC Brasil por Sam Williamson, professor de economia da Universidade de Illinois, em Chicago, nos Estados Unidos, e co-fundador do Measuring Worth, ferramenta interativa que permite comparar o poder de compra do dinheiro ao longo da história.

“Esta foi a solução diplomática para um conflito militar. O pagamento fez parte da negociação de paz. O que não quer dizer que a guerra não tenha sido necessária”, afirmou Cabral de Mello à BBC Brasil.

‘Investimento’

(Wikipedia)

Image copyrightWikipedia Image captionBandeira da Nova Holanda, como ficou conhecida a colônia da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais no Brasil

Os holandeses ocuparam o Nordeste por cerca de 30 anos, de 1630 a 1654, em uma área que se estendia do atual Estado de Alagoas ao Estado do Ceará. Eles também chegaram a conquistar partes da Bahia e do Maranhão, mas por pouco tempo.

Por trás das invasões, havia o interesse sobre o controle do comércio e comercialização do açúcar.

Isso porque, como conta Cabral de Mello, antes mesmo de ocupar o Nordeste, os holandeses já atuavam na economia brasileira com o apoio de Portugal, processando e refinando a cana de açúcar brasileira.

(Wikipedia)

Image captionGravura holandesa retrata o cerco a Olinda em 1630

Cabral de Mello faz alusão a um momento histórico em particular, quando a Holanda, que até então fazia parte do império espanhol na Europa, obteve sua independência, em 1581.

A emancipação não foi bem recebida pelos espanhóis que, entre outras medidas, encerraram a parceria que os holandeses tinham com os portugueses no processamento e refino da cana-de-açúcar no Brasil, dado que, naquela ocasião, Portugal havia se tornado parte do reino espanhol.

Nesse sentido, a invasão do Brasil pelos holandeses foi uma espécie de “revanche” contra a Espanha.

Durante o período em que ocuparam parte do Nordeste, os holandeses foram responsáveis por inúmeras mudanças importantes, inclusive urbanísticas, principalmente durante o governo de Johan Maurits von Nassau-Siegen, ou Maurício de Nassau.

Com o intuito de transformar Recife na “capital das Américas”, Nassau investiu em grandes reformas, tornando-a uma cidade cosmopolita. Apesar de benquisto, ele acabou acusado por improbidade administrativa e foi forçado a voltar à Europa em 1644.

Após o fim da administração Nassau, a Holanda passou a exigir a liquidação das dívidas dos senhores de engenho inadimplentes, o que levou à Insurreição Pernambucana e que culminaria, mais tarde, com a expulsão dos holandeses do Brasil.

‘Sem heroísmo’

(Wikipedia)

Image captionQuadro do pintor espanhol Juan Bautista Maíno retrata reconquista de Salvador pelas tropas hispano-portuguesas (1635)

Naquele ano, Portugal já havia se separado da Espanha, mas demorou para enviar soldados para retomar o Nordeste. A região só foi reintegrada em janeiro de 1654.

Cabral de Mello, que é especialista no período de domínio holandês, diz que a tese de que os holandeses foram expulsos pela valentia dos portugueses, índios e negros “não é completa”.

“Os senhores de engenho locais financiaram a luta pela expulsão dos holandeses, já que deviam mundos e fundos à Companhia das Índias Ocidentais, que lhes havia emprestado dinheiro. Eles, no entanto, não tinham como pagar a dívida”, explica o historiador.

“Os holandeses acabaram derrotados, mas não sem antes pressionar Portugal pelo pagamento dessa dívida, inclusive chegando a bloquear o Tejo (Rio Tejo). O pagamento não foi feito em ouro, mas um observador da época fez a correspondência para o metal precioso”.

“Portugal teve de pagar 10 mil cruzados (moeda da época) aos holandeses. Também fez parte do acordo a transferência do controle de duas possessões territoriais portuguesas na Índia ─ Cranganor e Cochim ─ e o monopólio do comércio do Sal de Setúbal (matéria-prima importante para a indústria holandesa para a salga do arenque)”.

Fonte: Plano Brasil

Jovem Síria Denuncia a Manipulação em Torno do Drama dos Refugiados

No último domingo, o Movimento Nacional da Sérvia realizou uma manifestação em Belgrado, e entre os participantes esteve uma jovem síria patriota, que expressou a verdade sobre o que acontece em seu país e sobre o fenômeno dos ‘refugiados’, amplo e interessadamente fomentado pelas plataformas midiáticas atlantistas e pró-sionistas.

Este é um trecho de suas palavras:
“Permitam-me fazer estas perguntas: Se o Ocidente não quer que os refugiados morram no mar, por que levantam suas sanções contra o povo sírio que já gerou 143 bilhões de dólares em perdas?


Por que não ajudam os sírios a ficarem em casa para que colaborem com o exército nacional sírio em sua luta contra o terrorismo e tornem a Síria novamente em um país seguro?

Por que o restante dos sírios que não migraram permanecem em seu país e resistem?

As pessoas da Síria continuam sendo as únicas que podem reconstruir o país. 

Por um lado, se busca a Fuga de Cérebros, levando seus médicos e melhores estudantes. E, por outro lado, as empresas multinacionais querem mão de obra barata.

Até o momento, perdemos 100 mil soldados que lutaram contra os extremistas. Não vi o Ocidente chorar por eles que deram suas vidas para defender a nação e deixaram suas famílias que também necessitam de ajuda.


O ocidente ajuda as pessoas que fogem de seu país. Muitas delas são jihadistas e eles pagam milhares de euros para eles.

Deixe-me dizer-lhes que o dinheiro que gastam para vir para a Síria é suficiente para comprar uma casa em lugar seguro na Síria para uma família de cinco integrantes e ter um pequeno trabalho e viver bem.

Estes não são refugiados. Estes são migrantes econômicos.

O que acontece na Síria é semelhante ao que ocorreu na Sérvia; seu objetivo é destruir a identidade, a unidade e a soberania Síria.

Queridos amigos, o que pedimos é que fiquem conosco. Mostrem seu apoio à nossa luta justa e às nossas forças armadas porque se perdermos esta guerra, a Jihad não vai parar após vencer a Síria. Vamos resistir juntos até a vitória.”

As 7 guerras e batalhas mais bizarras e desnecessárias de todos os tempos

Desde os primórdios das primeiras civilizações, os seres humanos sempre lutaram pelos mais variados motivos, sejam políticos, culturais ou religiosos.

Por mais que inúmeras guerras e confrontos tenham moldado o mundo como ele é hoje, existem muitas batalhas que foram um tanto desnecessárias e trouxeram mortes (em alguns casos, nem isso) que poderiam ter sido evitadas, em confrontos que ocorreram por motivos quase banais.

O site Spotniks reuniu algumas dessas batalhas em um artigo com dez das guerras mais bizarras e sem sentido do mundo, sendo que nós trazemos aqui no Mega Curioso sete desses exemplos resumidos para vocês. Confiram logo abaixo:

1 – Guerra do Lijar

Esse conflito, digamos assim, não teve nenhum morto. Em 1883, o rei espanhol Alfonso XII visitou Paris e foi insultado e atacado pela população local. O pequeno desentendimento não abalou as relações entre Espanha e França, porém somente os moradores do vilarejo espanhol de Lijar se revoltaram e decidiram declarar guerra ao país vizinho.

Inclusive, com o apoio de 300 moradores, o prefeito da época assinou um documento oficial para declarar o seu rancor e hostilidade aos franceses. Durante 93 anos, não houve qualquer conflito e ninguém foi morto, já que as ameaças foram insignificantes aos franceses, e eles as ignoraram. Somente em 1981 um diplomata francês foi enviado a Lijar para resolver a questão e acabar com o mal entendido.

2 – Guerra do Barril

Quantas vidas humanas vale um barril? Pelo jeito, aproximadamente 2 mil. Esse confronto teve início em 1325 quando os soldados de Modena, no território atual da Itália, invadiram Bologna e roubaram um barril de carvalho. Devido ao roubo, Bologna declarou guerra e enviou um exército para recuperar o tal artigo. Depois de 2 mil pessoas serem mortas, os Modeneses venceram o conflito e permaneceram com o estimado objeto, que até hoje está exposto na Torre do Sino.

3 – Guerra do Cão Perdido

Em 1925, um soldado grego ultrapassou a fronteira entre a Bulgária e a Grécia para procurar pelo seu cão perdido. Os solados búlgaros que viram o rapaz cruzar a fronteira não hesitaram e mataram o homem, que só desejava recuperar seu cachorro. Como os dois países não tinham boas relações, o conflito foi declarado. A Grécia pediu pela punição dos responsáveis, e o exército inclusive invadiu a cidade de Petrich, local onde ocorreu o incidente.

A Bulgária pediu intervenção da Liga das Nações, que ficou do lado dos búlgaros. Foram mortos entre 50 e 120 soldados, grande parte sendo composta por cidadãos búlgaros, e o confronto terminou após fortes pressões internacionais, que condenaram os gregos em mais de R$ 170 mil em indenização aos seus oponentes.

4 – Guerra de 1812

No passado, o tempo que as nações levavam para se comunicar influenciava muito o desenrolar dos confrontos, já que não existiam meios instantâneos de as pessoas trocarem informações como há hoje. Em 1808, um confronto entre britânicos e americanos poderia ter sido evitado se o telefone, por exemplo, existisse na época.

O então presidente dos Estados Unidos, James Madison, removeu o chamado Ato do Embargo, que permitiu que outros países fizessem comércio na costa americana. Entretanto, os britânicos não aceitaram isso de modo positivo, e persistiram com ataques às embarcações norte-americanas.

Apesar disso, em 1812, o Reino Unido revogou as leis de ataque às embarcações, porém os Estados Unidos não ficaram cientes da informação e, dois dias depois de os britânicos seguirem rumo à paz, os americanos declararam guerra ao país. O conflito durou aproximadamente dois anos e oito meses e teve mais de 3,8 mil soldados baleados, além de inúmeros prejuízos para ambos os lados.

5 – Guerra dos 335 anos

Esse “confronto” é um dos mais longos do mundo, com 335 anos, porém não pode ser efetivamente considerado um confronto, já que não houve mortes, porém tensões políticas. Os holandeses e os britânicos entraram em conflito pelo domínio das Ilhas Scilly, localizadas no sul do Reino Unido. Navios holandeses foram às ilhas e pediram indenizações pelas baixas sofridas na Guerra dos Oitenta Anos, porém nenhum acordo foi feito.

Assim, as embarcações voltaram aos Países Baixos. Como não existiram ações ofensivas, o conflito logo foi esquecido, dado como oficialmente encerrado em 1986 com um tratado de paz. O embaixador holandês Reub Huydecoper disse com bom humor após assinar o tratado que os habitantes das ilhas deviam viver em pavor por passaram mais de 300 anos “sabendo que podiam ser atacados a qualquer momento”.

6 – Guerra do Futebol

O futebol realmente é capaz de deixar as pessoas mais alteradas, como nós brasileiros sabemos bem. Em 1969, as relações entre Honduras e El Salvador não andavam em perfeito acordo – algo que só foi agravado pela rivalidade das nações no campo de futebol. Jogadores de Honduras foram maltratados nos hotéis de El Salvador e vice-versa.

Quando os dois times se enfrentaram na Cidade do México na Copa do Mundo de 1970, o governo de El Salvador cortou todas as relações com o povo de Honduras. Dezoito dias depois, os hondurenhos bombardearam El Salvador, confronto que deixou entre 6 e 8 mil mortos e levou 4 dias para ser encerrado após intervenção da Organização dos Estados Americanos. Quanto ao futebol, foi El Salvador que venceu a partida.

7 – Guerra dos Emus

Talvez esse seja o mais bizarro dos casos listados, já que envolve seres humanos e pássaros raivosos. Em 1932, milhares de emus (um pouco menores do que os avestruzes) invadiram fazendas do interior da Austrália atrás de alimentos e de água. Como o volume de aves foi enorme, os fazendeiros resolveram atirar nesses animais para afastá-los de suas propriedades.

Estima-se que aproximadamente 10 mil balas foram utilizadas, porém elas não conseguiram conter o avanço desses animais (os emus não voam, porém são extremamente rápidos). No total, acredita-se que 20 mil emus invadiram as plantações, sendo que só 2 mil deles foram abatidos. Depois de dias de lutas, os australianos simplesmente desistiram dos combates e as aves permaneceram nas fazendas.

Fonte(s)

Terra de ninguém


A Grande Guerra, 1916
Europa. Campo de batalha. Algum lugar entre a França e a Bélgica.
Terra de ninguém.


”Prezados Senhores,
Apresento uma minuta do texto com o tema sugerido pelo Sr. José Arnaldo Castro.
Gostaria de saber se poderiam me ajudar para apresentar opiniões e características sobre a Primeira Guerra Mundial.
Conto com os senhores!”
Atenciosamente,
Ricardo Costa

Ataque francês, usando baioneta. No início da Primeira Guerra Mundial

A humanidade jamais enfrentou este tipo de guerra. Levas e levas de bons homens já foram perdidas. Antes de mim. Agora. Depois virão mais outros. O cheiro da morte é forte. Penetra na alma. Angústia e solidão são nossos companheiros diários. Como a humanidade poderá progredir diante desse caos?
Não há problema algum em se ter medo. Não seria humano se não agíssemos dessa maneira. O problema é que depois de tantas tragédias e carnificinas, morte e desespero, nós ficamos insensíveis. Parece-me que perdemos o senso de humanidade. O medo se oculta. Temos, então, que nos tornar tão brutos para conseguir conviver com essa realidade. É uma mudança profunda que muda o corpo e a alma. Penso que não seríamos mais reconhecidos ao retornar para o lar. Assim, o que amedronta mais que o inimigo é a morte do senso de vida e do pouco que nos resta de humanidade.

Em foto sem data da Primeira Guerra Mundial, prisioneiros alemães ajudam soldado francês ferido durante a Batalha do Somme, próxima ao rio Somme

No campo de batalha, nas trincheiras, mesmo na retaguarda, e depois de tanto tempo em combate, perdemos as lembranças dos nossos parentes, seus rostos e sorrisos. Perdemos as boas lembranças que quem nós éramos. A menor recordação do lar é suficiente para ter força e esperança em voltar para casa e superar os horrores dessa guerra. O treinamento nos ensinou que o mais importante é a hierarquia e a cadeia de comando. Contudo, aprendemos que o evento é diferente. Nossa realidade é uma só. Tentar sobreviver a cada minuto. Por enquanto, no campo de batalha, o senso de dever é obrigatório. É inútil se esconder ou recuar. Só nos resta avançar e avançar e neutralizar o inimigo. Não devemos desistir. Se tivermos sorte, teremos mais um dia de vida. Quem sabe assim encontraremos a paz.

Avião militar cai perto do aeroporto de Sevilha, na Espanha

Imagem divulgada no perfil do corpo de bombeiros da Espanha mostra o acidente (Foto: Reprodução/Twitter/@BOMBEIROSSEVILLA)Imagem divulgada no perfil do corpo de bombeiros da Espanha mostra o acidente (Foto: Reprodução/Twitter/@BOMBEIROSSEVILLA)

Um Airbus A400M de transporte militar caiu em Sevilha neste sábado (9), matando pelo menos três dos que estavam a bordo, segundo o serviço de emergência, no primeiro acidente fatal envolvendo a mais nova transportadora de tropas e carga pesada da Europa.

O avião estava em voo de teste quando caiu em um campo a 1,6 quilômetro ao norte do aeroporto San Pablo, de Sevilha. Sete pessoas estavam a bordo; três morreram, duas foram gravemente feridas e outras duas estavam desaparecidas, disse uma porta-voz dos serviços de emergência.

Imagens da mídia mostraram uma coluna de fumaça preta saindo do local do acidente e bombeiros pulverizando os destroços em um campo arado.

Restos do avião que caiu são vistos na região do aeroporto de sevilha, neste sábado (9) (Foto: Marcelo del Pozo/Reuters)Restos do avião que caiu são vistos na região do aeroporto de sevilha, neste sábado (9) (Foto: Marcelo del Pozo/Reuters)

O primeiro-ministro Mariano Rajoy disse mais cedo a jornalistas, em campanha pelas eleições locais de 24 de maio, que parecia que todos a bordo trabalhavam para a Airbus e não eram membros da equipe militar. Ele cancelou suas atividades políticas para o dia.
A fabricante europeia Airbus informou que o avião de transporte, que é montado em Sevilla, foi ordenado pela Turquia, e que a companhia enviou pessoal para o local da queda.

O Atlas 400M foi desenvolvido pela Espanha e outras seis nações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) – Bélgica, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Luxemburgo e Turquia – a um custo de 20 bilhões de euros, no maior projeto de aliança para defesa da Europa. Ele entrou em serviço em 2013, após um atraso de mais de três anos.

Do G1

Rússia questiona chances de receber porta-helicópteros Mistral

USS Iwo Jima

As autoridades russas responsáveis pela cooperação técnico-militar prosseguem as negociações com a parte francesa sobre a transferência de navios porta-helicópteros do tipo Mistral, mas a probabilidade de a Rússia receber as embarcações ainda é extremamente baixa, declara o Ministério da Defesa.

“Temos contatos com o lado francês. A natureza desses contatos torna claro que a esperança de que a situação seja resolvida e a Rússia ainda receba os porta-helicópteros praticamente não existe. Eu diria que as chances são 99 a 1. Mas nós não vemos tragédia na situação”, declarou o ministério, adiando que o lado russo ficará satisfeita se receber os fundos gastos no projeto.

O Ministério da Defesa russo também declarou que “a prontidão de combate da frota não será afetada por tal redução de despesas”.A companhia russa de exportação e importação de armamentos Rosoboronexport assinou com a companhia francesa DCNS um contrato para a construção de dois navios deste tipo em junho de 2011. As partes posteriores dos porta-helicópteros foram construídas no estaleiro russo Baltiysky (que faz parte da Corporação Unida de Construção Naval). em São Petersburgo. O acoplamento com as partes anteriores e as obras de acabamento foram efetuadas no estaleiro da companhia STX France, em Saint-Nazaire.

O primeiro navio de desembarque Vladivostok devia ter sido entregue pela França em 14 novembro de 2014 e o segundo até o final de 2015.

Mais cedo o presidente francês, François Hollande, disse que decidiu suspender a entrega do primeiro dos navios (Vladivostok) por causa da situação na Ucrânia. Por sua vez, a Rússia declarou que está à espera do navio ou da restituição do dinheiro.

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