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UM CÉU AZUL e ESCURO (Batalha da Inglaterra)

Escrito por: RICARDO COSTA

Agosto e Setembro de 1940. Inglaterra. Canal Inglês. Patrulha da RAF.

Nossos inimigos são poderosos e cruéis. Devemos nos manter firmes em nossos propósitos. Devemos manter os grupamentos bem preparados para o combate. Manter a superioridade é vital neste momento. Sacrifícios serão necessários. Manter a esperança de vitória e a moral é tão importante quanto abater o inimigo e deter o seu avanço. Ansiedade e censo do dever são nossas sombras. Algo que a técnica, o treinamento e o equipamento aéreo não preparam para o que está por vir. O imprevisto. O inevitável. Ficamos em alerta. Mas não demonstramos medo. Temos o receio de que os outros companheiros percebam isto. Sabemos que o moral do grupo depende da atitude e exemplo de cada um do esquadrão. Não é incomum fingir coragem e entusiasmo. Sabemos da necessidade de agir assim, pois, se está preste a entrar em um mundo totalmente novo e hostil, um CÉU AZUL e ESCURO. Devemos superar o medo e dar o próximo passo. O perigo espreita a cada momento. Para tal, basta saber que cada um faça a sua parte em uma equipe coesa. Quase uma família que torna o ambiente menos opressivo (e mais conhecido).
Não desejamos morrer pelo nosso país. Queremos, sim, que o inimigo morra pelo país dele. Contudo, se tivermos de enfrentar nosso sacrifício máximo, no campo de batalha, melhor será escolher tal preço do que ser subjugado e viver pela tirania. A justiça deverá prevalecer em nome das nações livres. Esta é a nossa vida. É como ter a consciência de que devemos fazer de tudo para que este escuro destino, em nossa civilização, de nossa história e cultura seja extinta. Nosso verdadeiro destino é a liberdade e por ela lutamos. Temos a esperança de vencer ao enfrentar esta ameaça.
Soa o alarme. Chega a hora de decolar. Equipe a postos. Equipamento pronto. Ao sinal de comando todos decolam e ganham altura. A missão começa. Por um breve momento todos os detalhes do briefing são repassados em sua mente. Mas sempre há a sensação de que falta algo. Algo que pode fazer a diferença entre o sucesso da missão ou o seu fracasso total. Parece que nunca se está preparado para tudo o que possa acontecer. Em seguida se percebe que existe o dever a cumprir. Percebe-se que existe o um norte. Percebe-se que a luta é o destino. O combate é a missão. Vida e morte são os alas. O controle aéreo repassa as informações necessárias. Proa, nível, distância, prioridade e tática. O RADAR é um grande trunfo neste momento. Depois, sabemos o número de inimigos e as suas aeronaves. Tão importante quanto alerta é a estratégia de combate. Seguimos as orientações do controle continuamente. Recebemos as tarefas do líder do esquadrão e tomamos nossas posições.


Começa o combate. Tentamos ficar focados nos alvos e manter a equipe coesa. Cada elemento se posiciona. Nesse momento não existe o futuro. Só existe o presente, lento e perigoso, preciso e mortal. Só se espera viver a cada minuto. Ter a oportunidade de abater o inimigo. Talvez no próximo instante. Talvez no instante seguinte. Só isto. A atenção é tamanha que até se perde a noção do tempo. Tempo, onde nunca se sabe o que esperar. Sentir o barulho dos motores. Observar aviões em chamas. Ver pessoas caindo. Grande confusão no céu. O coração bate forte e acelerado. Ao ver e perseguir o inimigo você quer acertá-lo no primeiro momento. Mas o “alemão” percebe a manobra e não deixa fazer a mira. São movimentos rápidos e imprevisíveis. Ele faz de tudo para sair da minha mira. Aperto o gatilho. Rajadas curtas e precisas. O inimigo é abatido. O avião cai em chamas. Acabei de derrubar uma aeronave. Não o vejo saltar e acionar o paraquedas. Não dá tempo para isto, pois existe um grande conflito no céu. O céu está em chamas e em caos.
No combate aéreo você tenta escapar do fogo inimigo e não ser ferido ou abatido. Ao receber a ordem de retorno tem-se o sentimento de imenso conforto. Quase um bem estar. E ao pousar sente-se alívio por retornar ileso. Contudo, este sentimento passa quando sabemos que outros companheiros de luta não mais voltarão. Você se atenta ao saber que eles nunca mais retornarão. Aos amigos que perderam a vida você nunca mais os esquecerá. Você também percebe que mães, esposas e filhos perderam seus parentes. Existe uma sensação amarga de determinação e dever. Sua boca fica seca. Trata-se de uma impressão única ao se viver em uma realidade totalmente diferente. A forma em como se vive, cria uma mudança completa frente ao treinamento inicial*. Mas não há tempo para pensar nisto. Basta apenas pensar que matar é vencer a guerra. E vencer a guerra é voltar para a casa. E finalmente encontrar a paz.

Mais de 26 mil pessoas se refugiaram em túneis de Ramsgate para escapar de bombardeios alemães.

A Alemanha começou a guerra. Nós a terminaremos. Londres está preparada para a resistência. A população entende que o dom da felicidade e viver em liberdade requer o empenho de todos, o dever a ser cumprido e a morte a ser enfrentada. Esta é uma era de mudança que nunca será esquecida. Estamos conseguindo o impossível. Algo inimaginável na história da Inglaterra. Lutamos por algo maior que nós mesmos. Por DEUS e pelo Rei faremos o que for necessário**.
*Por pura necessidade, o piloto do esquadrão, precisa ser um homem simples. Nada complicado. Sua atitude é racional e lógica. Ele foi treinado para isso. O trabalho em equipe é fundamental. Deve-se estar sempre em alerta. Caso contrário, sua morte é inevitável, violenta e rápida. Os rigores em cada teatro de operações, seus extremos, suas táticas e seus perigos reduz o piloto de combate a um simples (mas importante) elo de uma estratégia maior. Milhares de homens são designados para cada detalhe operacional, logístico e técnico. Assim será a sua doutrina e vida ao qual é aceita.
**Não importa a sua origem, seu credo ou sua cor. Cockpits, no mundo inteiro, estão assim ocupados. Agora, pela guerra. Amanhã (quem sabe) voarão em busca da paz. Contudo, hoje, cada um terá mais um dia de vida para enfrentar o inimigo e defender a pátria.

RICARDO COSTA
25 de agosto de 2015 at 11:13 #
Olá Senhores!!!
Meu nome é RICARDO COSTA. Sou Controlador de Tráfego Aéreo e apresento o meu mais recente texto. Trata-se de uma homenagem aos combatentes ingleses (ou não) da WW II, na Batalha da Inglaterra. Gostaria de apresentar este perfil do combatente.
Rendo esta pequena homenagem aos pilotos e combatentes da RAF.
Espero receber opiniões sobre o texto assim como saber se poderiam divulgar o mesmo. Talvez (quem sabe) encaminhar para alguma revista especializada.
Aguardo resposta.
Saudações aeronáuticas,
Ricardo Costa (INFRAERO – AEROPORTO de MACAÉ)
( ctaricardocosta@gmail.com )

Um pouco de cultura: Entendendo a diferença entre Inglaterra, Grã-Bretanha e Reino Unido.


Muita gente se confunde a respeito do significado de Grã- Bretanha, Reino Unido e Inglaterra, pensando que são a mesma coisa, quando na verdade não o são. Existem diferenças entre eles, que são explicadas logo abaixo:


INGLATERRA

É um país que tem como capital a cidade de Londres. Ao longo da história, a Inglaterra conseguiu se impor politicamente sobre alguns países vizinhos e passou a controlar um Estado batizado de Reino Unido (veja a seguir). No século 19, com a Inglaterra à frente, o Império Britânico se tornou um dos maiores da história, com uma extensão territorial equivalente a um quarto do planeta.

GRÃ-BRETANHA

É o nome da grande ilha onde ficam três países: Inglaterra, País de Gales e Escócia. Com quase 230 mil km2 de área, ela tem perto de 1000 km de comprimento de norte a sul e pouco menos de 500 km de leste a oeste. O termo “Grã-Bretanha” muitas vezes é usado como sinônimo de “Reino Unido” – o que não é inteiramente correto, pois um dos países que formam o Reino Unido não fica nessa ilha.

BRETANHA

O nome deriva da grande ilha onde fica a Inglaterra, mas, quando alguém menciona apenas “Bretanha”, está se referindo não a um território inglês, mas a uma região na França. A província da Bretanha é a maior área costeira francesa e tem como capital a cidade de Rennes. Por volta do século 6, essa região foi invadida por habitantes da atual Grã-Bretanha, os bretões, dando origem ao nome em comum.

REINO UNIDO


É um Estado formado por quatro países: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. A chefe de Estado é a rainha Elizabeth II e o de governo um primeiro-ministro, eleito por um Parlamento central, em Londres. Nas grandes questões de governo, como política econômica, quem manda é esse Parlamento. Mas Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte também têm assembleias nacionais, com certa autonomia para tratar de questões mais locais, como saúde.

ILHAS BRITÂNICAS

É um arquipélago formado por cerca de 5 mil ilhas. As duas maiores são a Grã-Bretanha e a ilha da Irlanda – onde ficam dois países, a Irlanda do Norte (membro do Reino Unido) e a República da Irlanda, também chamada de Eire (um Estado independente). Além das duas “grandalhonas”, fazem parte desse arquipélago milhares de ilhas menores, como as Órcades, Shetland, Hébridas, Man e ilhas do Canal (como Jersey), entre outras.

Veja um mapa comparativo, para entender melhor as diferenças:

Confira a seguir as bandeiras:

Outro mapa para entender melhor:

Espero que tenham gostado!

Typhoons da RAF interceptam 10 aviões russos sobre o Báltico numa surtida

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No dia 24 de julho, jatos Eurofighter Typhoon da RAF interceptaram e identificaram 10 (!) aviões militares russos voando no espaço aéreo internacional sobre o Mar Báltico.

Os Typhoons do 6 Sqn da RAF em Lossiemouth, em QRA (Quick Reaction Alert) na base aérea Amari na Estónia, foram lançados quando uma grande formação de aviões russos voava perto do espaço aéreo dos Estados Bálticos.

De acordo com o UK MoD, os jatos identificados eram 4 Sukhoi Su-34 Fullback de ataque, 4 Mikoyan MiG-31 Foxhound de caça e 2 Antonov An-26 Curl de transporte.

A atividade russa na região do Báltico tem aumentado nos últimos dias. No dia 29 de julho interceptadores da OTAN identificaram 12 aviões militares russos voando perto da fronteira de Latvia. Eram 3 An-76, um Il76, 4 MiG-31 e 4 Su-24.

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Ocidente não tem capacidade de se opor à poderosa aliança russo-chinesa

Xi Jinping e Putin

A Organização de Cooperação de Xangai ganha cada vez mais força na arena internacional, enquanto o Ocidente não é mais capaz de garantir a segurança global, escreve a edição polaca Gazeta Wyborcza.

A Rússia e a China estão criando um projeto que reforçará suas posições no mundo, escreve o jornalista polaco Dawid Warszawski no Gazeta Wyborcza.

“A Europa, combatendo com dificuldade três crises (a grega, a ucraniana e a dos refugiados) não prestou atenção à cúpula tripla do BRICS, da União Econômica Eurasiática e da Organização de Cooperação de Xangai. E fez mal.”

De acordo com o jornal, as decisões tomadas nas cúpulas podem influir sobre o futuro da Europa.
Os dirigentes russo e chinês pretendem juntar a Nova Rota da Seda e a União Econômica Eurasiática, o que levará ao surgimento de um espaço econômico unido e livre de Pequim até Minsk.

Quanto à Organização de Cooperação de Xangai, à qual aderiram a Índia e o Paquistão, esta desempenha um significativo papel geopolítico e estratégico. Na SCO há quase tantos países com armamentos nucleares como no Conselho de Segurança da ONU. Além disso, a possível adesão do Irã ao grupo fortalece esta tendência, afirma o autor.
“Hoje em dia o Ocidente já não é o único bloco que garante a segurança dos países em crise. A Organização de Cooperação de Xangai possui também meios e forças para isso.”

FONTE: br.sputniknews.com

‘Revelar origem da dívida grega provocaria revolução financeira mundial’


Membro da comissão que auditou parte da dívida pública grega, Maria Lúcia Fattorelli questiona: é ‘rídiculo’ culpar Atenas pela crise europeia


A pressão realizada pelos credores europeus para que a Grécia aceitasse o acordo para um resgate financeiro foi, na verdade, uma tentativa de impedir que se conheçam as origens “ilegais e ilegítimas” da dívida, uma vez que isso provocaria “uma revolução no sistema financeiro mundial”. É o que defende Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita Federal, que fez parte, no início do ano, das primeiras atividades da comissão internacional que realizou a auditoria da dívida grega, a convite da presidente do Parlamento grego, Zoe Konstantopoulou.

As conclusões iniciais a que o levantamento, do qual Fattorelli fez parte nas primeiras sete semanas de investigação, revelam que “os mecanismos inseridos nesses acordos [de resgate do país] eram para beneficiar os bancos e não a Grécia. (…) A questão é: por que eles [troika] têm que jogar tão pesado?”. Ela responde: “Porque a Grécia pode revelar o que está por trás. A tragédia da Grécia esconde o segredo dos bancos privados. Ela poderia colocar a nu as estratégias utilizadas para salvar bancos e colocar em risco toda a zona do euro, toda a Europa”, aponta a também fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil.

Fattorelli explica que no mesmo dia em que foi criado, em 2010, o plano de suporte à Grécia, a Comissão Europeia criou uma empresa privada em Luxemburgo e os países europeus se tornaram sócios da mesma, colocando garantias na ordem de 440 bilhões de euros, e que um ano depois chegaram à soma de 800 bilhões. A empresa, explica Fattorelli, serviu para “fazer o repasse de papéis podres dos bancos para os países, utilizando o sistema da dívida”. Paralelamente, também no mesmo dia, o Banco Central Europeu anuncia um programa de compra de papéis no mercado para ajudar bancos privados: “Isso é um escândalo. É ilegal, mas é colocado como se isso tivesse sido feito para salvar a Grécia”, aponta a economista.

“Eles poderiam vir a público denunciando o que já foi descoberto, as irregularidades que já foram apuradas. Todos nós gostaríamos que a Grécia reagisse agora diante dessa camisa de força do euro, desse poder dado ao Banco Central Europeu, das  instituições acima dos países e toda essa situação financeira de dependência”, comenta a auditora, fazendo referência ao fato de que o sistema do euro impede que os países-membros exerçam uma política monetária independente.

Questionada sobre a possibilidade de os termos do acordo com a Grécia serem uma “punição política” ao premiê grego e também um recado aos demais países em dificuldades na Europa – como Portugal, Irlanda, Itália e Espanha -, Fattorelli observa que essa é a estratégia que vem sendo adotada desde 2010. “A Grécia foi colocada sob os holofotes da grande mídia no mundo inteiro como se fosse a responsável pela crise Europeia. Isso é ridículo, porque quando você olha o tamanho da economia grega, em comparação com a europeia, o PIB da Grécia é em torno de 3% do europeu. Então, como 3% pode abalar 97%? Isso é uma criação e é absurdo que ninguém questione isso”, afirma.

Reestruturação da dívida

Apontada por Tsipras como uma vitória nas negociações com os credores, a reestruturação da dívida é, na opinião da auditora, contra indicada caso não tenha sido concluída a auditoria da dívida.

Fattorelli explica que se for feita neste momento, o país “vai reestruturar grande parte de uma dívida que deveria ser anulada. Antes de reestruturar, deveria ser concluída a auditoria para que se analise o que realmente deve ser reestruturado. Agora, como está, vão empacotar tudo junto: a parte ilegal e a ilegítima”, esclarece.

Entre a dívida ilegal, ela aponta os quase 50 bilhões de euros usados para salvar os bancos nos últimos anos. “Isso não é dívida pública, isso é outra coisa. Deveria ser considerado um empréstimo aos bancos privados, não uma dívida pública do país”, destaca.

Perda da soberania

Após a assinatura do acordo por Tsipras, analistas e mesmo setores da esquerda grega avaliaram que a adoção das medidas caracteriza uma perda da soberania do país. Fattorelli discorda. Para ela, Atenas perdeu a soberania já em maio de 2010, quando foi assinado o primeiro pacote de resgate e a troika [conjunto de credores gregos formado por FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia] “passou a mandar lá”.

“Inclusive, a lei vigente sobre esses acordos é a lei inglesa, não é a grega. Além disso, se a Grécia tiver que ir a algum tribunal, ficará submetida ou ao tribunal de Luxemburgo ou ao de Londres”, acrescenta Fattorelli, que considera essa situação jurídica “um abuso”.

Ela avalia, no entanto, que a oportunidade que os gregos tinham agora de retomar as rédeas sobre os rumos do país foi perdida. “O país está à venda desde que foram criados o fundo de estabilização para salvar os bancos e o fundo de privatização. Ambos determinados pelo FMI em 2010”.

‘Sistema é inviável’

A crise grega abre a possibilidade de que se discuta a fundo a questão do sistema da dívida, defende Fattorelli. No país helênico, os “bancos privados criaram derivativos em cima de derivativos. Papéis podres que estavam inundando seus balanços. Ou seja, eles estavam quebrados, mas foram considerados grandes demais para quebrar e continuaram com seus patrimônios intocáveis”. Contudo, quem está assumindo esse ônus são os países, “e é um ônus que não tem fim”, aponta.

“O último dado conhecido do volume de derivativos tóxicos divulgado pelo BIS (Banco Central dos Bancos Centrais), em 2011, informava que o montante chegava a 11 PIBs mundiais. Então eu questiono: esse salvamento vai resolver alguma coisa? Não! Será somente o adiamento até uma nova crise. E aí o que vai ser feito depois?”, indaga.

Na verdade, esse sistema “além de não ter lógica está comprometendo o emprego real, está comprometendo a indústria, o comércio. Ou seja, toda a economia real está comprometida, assim como a vida das pessoas”. Ela ressalta, no entanto, que isso não ocorre só na Grécia: “olha no Brasil, o que está acontecendo [com o ajuste fiscal levado a cabo pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy]. É o mesmo esquema, o mesmo sistema da dívida atuando”.

Argentina e Equador

Para um melhor entendimento da crise grega, Fattorelli a comparou à que foi vivenciada pela Argentina em 2000: “depois de cumprir todas as privatizações que o FMI queria, o fundo deu as costas ao país e deixou espaço aberto para os bancos privados oferecerem o acordo. Eles colocaram juros equivalentes ao crescimento do PIB e como consequência, hoje a dívida argentina já é um problema novamente e não significou nenhum benefício aquilo [o receituário do FMI]. Além disso, o país também não fez a auditoria”.

Em 2008, o presidente equatoriano, Rafael Correa, anunciou que não pagaria parte da dívida externa do país, após a realização de uma auditoria, da qual Fattorelli participou. A diferença do pequeno país sul-americano para a Grécia, Argentina ou mesmo o Brasil é explicada pela economista: “Correa conseguiu enfrentar o sistema porque, como o Syriza, chegou ao poder sem financiamento privado, não chegou lá atrelado aos interesses dos financiadores. Se olharmos no site do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] do Brasil, quem financiou as campanha presidenciais e legislativas foram os bancos privados e as grandes corporações”, aponta.

Ela conta também que o processo completo no Equador durou um ano e quatro meses. Além disso, o relatório foi submetido a um crivo jurídico nacional e internacional para garantir sua legitimidade.

Outro ponto é que o Equador, que diminuiu em 70% o valor devido aos credores, tinha, segundo Fattorelli, dinheiro para recomprar a dívida: “Fez a proposta e honrou”.

“O problema da Argentina [de 2000] é que não fez auditoria, chegou ao fundo do poço e quebrou. Já a Grécia, quando o Syriza chegou ao poder, já estava quebrada e dentro da camisa de força da estrutura da zona do euro, em que não tem moeda própria. Nesse aspecto, a situação grega é até pior do que a Argentina, que tinha moeda própria”, acrescenta.

Solução possível

Apesar das conclusões de Fattorelli, ela não considera que o acordo feito por Tsipras era o único possível: “Eles poderiam criar uma moeda paralela temporária — solução apontada por economistas famosos, inclusive — até resolver a situação. Se adotassem isso, fariam um bem a toda a humanidade. Mas prosseguir com este modelo suicida não tem futuro”.

Fonte: Carta Maior

75 anos da Batalha da Inglaterra: ‘nunca tantos deveram tanto a tão poucos’


Em 10 de julho de 1940 começou a batalha na qual a Luftwaffe comandada por Hermann Goering tentaria aniquilar a RAF – Royal Air Force. Goering pensava que conseguiria derrotar a RAF em quatro dias para permitir a operação Leão Marinho que invadiria a Inglaterra, mas a batalha durou três meses, milagrosamente terminando com a retirada dos aviões alemães do cenário.

Mesmo com superioridade numérica de 2:1 no número de caças, a Luftwaffe não conseguiu superar a RAF, devido ao dispositivo defensivo de cobertura radar costeira, táticas e tenacidade dos pilotos britânicos e expatriados tchecos e poloneses.

Quando a batalha começou a Luftwaffe dispunha de 1.290 caças Messerschmitt Bf 109 e Bf 110, contra 591 caças Hawker Hurricanes Supermarine Spitfires. Goering acreditava que a atrição, a perda de caças e pilotos ingleses, obrigaria a Inglaterra a se render.

No final da Batalha, a RAF tinha perdido 900 aviões, enquanto a Luftwaffe amargava a perda de 1.500 aeronaves, que acabou tornando-se insustentável.

Fonte: Poder Aéreo

Espanha é o país que mais deu ‘calotes’, aponta estudo

Em segundo e terceiro lugares aparecem, respectivamente, Venezuela e Brasil, segundo ranking elaborado por professores da Universidade de Harvard


País ibérico deu 14 ‘calotes’ desde 1800, aponta estudo de pesquisadores da Universidade de Harvard

A Espanha é o país que mais teve moratórias de dívidas soberanas, ou calotes, segundo ranking elaborado pelos professores Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart, da Universidade de Harvard, e de outros pesquisadores, como o economista Miguel Ángel Boggiano, da Universidade de San Andrés, em Buenos Aires. O país ibérico aparece no topo da lista, com 14 defaults ou processos de reestruturação. Em segundo lugar aparecem Venezuela e Equador, com 11 calotes, e em terceiro, o Brasil, com 10. A lista foi publicada pela BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC.

Os pesquisadores contabilizaram cerca de 250 moratórias em 200 anos, o que corresponde a uma média de mais de uma por ano. Segundo Roggff, defaults são inerentes à economia global e não são tão raros como alguns países centrais, economistas ortodoxos e veículos de imprensa fazem parecer. Antes da iminente declaração de moratória, nesta terça-feira, a Grécia aparecia no fim da fila, ao lado de Estados Unidos, Bolívia, Turquia, Rússia e Império Austro-Húngaro.

Boggiano destacou à BBC que vários países da América Latina têm um número elevado de defaults, como Costa Rica, México, Peru, Chile e Paraguai (com 9). O pesquisador ainda explicou que, neste estudo, default e reestruturação são considerados fenômenos similares. “Porque no fim das contas, suspendendo ou não os pagamentos, há quase sempre uma pechincha para um desconto e um novo prazo, de modo que a obrigação de pagamento original não é cumprida”, diz. Confira a lista no link:  Veja

Fonte: Veja