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Guarda Nacional Bolivariana abre fogo contra manifestantes

Brasília – A GNB (Guarda Nacional Bolivariana) abriu fogo contra manifestantes na tarde de hoje como mostra o vídeo abaixo, após golpe falho de oposição a situação na Venezuela encaminha para pior guerra Civil da América Latina desde as revoluções de 30 e 32 no Brasil, confira o confronto no vídeo abaixo:

 

De potência ao sucateamento, conheça a Força Aérea de Cuba


Com apoio da antiga União Soviética, Cuba foi a maior força militar da América Latina. Atualmente, faz esforços enormes para manter voando suas poucas aeronaves


O MiG-29 é o principal caça da Força Aérea de Cuba. O país tem quatro unidades em operação

O MiG-29 é o principal caça da Força Aérea de Cuba. O país tem quatro unidades em operação

Na inicio da década de 1960, no auge da Guerra Fria, Cuba assinou importantes acordos comerciais e militares com a antiga União Soviética após a frustrada “Invasão da Baía dos Porcos” em 1961, operação realizada por paramilitares cubanos exilados e treinados pelos CIA nos Estados Unidos a fim de derrubar o governo socialista da ilha. Para evitar novas tentativas de invasão, Fidel Castro montou em menos de uma década a maior e mais poderosa força aérea da América Latina.

O acordo com a URSS trouxe para o país um enorme fluxo de armamentos. A “Defensa Antiaerea y Fuerza Aerea Revolucionaria” (Defesa Antiaérea e Força Aérea Revolucionária-DAAFAR) de Cuba foi uma das partes mais beneficiadas.

A força aérea cubana nos anos 1960, equipada ainda no regime anterior a tomada de Castro, era formada basicamente por aeronaves norte-americanas, como o bombardeiro B-25 e os caça P-51 Mustang e o rústico jato T-33. Com o acordo, que foi oficialmente assinado em 1959, Cuba passou a receber novos jatos e aviões de transportes aos montes da URSS.

O primeiro caça a jato soviético de Cuba foi o lendário MiG-15. O país recebeu 24 aeronaves e os primeiros pilotos, 74 ao todo, foram treinados na URSS, China e Tchecoslováquia. Em 1961, todos já estavam preparados para domar o novo avião soviético. Mas eram tempos de rápidos avanços tecnológicos e o Fidel Castro voltaria a fazer um novo pedido de aeronaves, desta vez por modelos MiG-17.


Força obsoleta: dos mais de 200 caças que Cuba já teve, apenas algumas dezenas continuam em condições de voo (Infográfico – Thiago Perotti)
Força obsoleta: dos mais de 200 caças que Cuba já teve, apenas algumas dezenas continuam em condições de voo (Infográfico – Thiago Perotti)
Entre 1960 até o final dos anos 1980, com a queda da URSS, Cuba recebeu uma invejável quantidade de aeronaves de todos os tipos, que fazia da força aérea não só um meio de defesa, mas também de projeção, que permitia deslocamentos intercontinentais, como viria a acontecer em uma série de conflitos que o país se envolveu.

Maior frota de MiG das Américas


Caças MiG-29 (à frente) e MiG-23 (atrás) em perfeitas condições, algo raro hoje em dia na Força Aérea de Cuba
Caças MiG-29 (à frente) e MiG-23 (atrás) em perfeitas condições, algo raro hoje em dia na Força Aérea de Cuba

A “marca favorita” da Força Aérea de Cuba é a Mikoyan-Gurevich, ou simplesmente MiG. Cuba, em seus melhores tempos, chegou a ter em condições de operação uma frota composta por 120 MiG-21, 74 MiG-23 e mais 12 MiG-29. Um total de 206 caças e armados até os dentes. A URSS também enviou a Cuba os seus mísseis mais modernos da época, alguns capazes de abater alvos a até 100 km de distância, como o R-27 (AA-10 Alamo na OTAN) que pode ser lançado a partir dos caças MiG-23 e MiG-29. Os EUA realmente tinham o que temer.

Além dos MiGs, Cuba também recebeu 60 aeronaves de transporte dos mais variados portes. Entraram na frota os Antonov AN-2, AN-24, AN-26 e AN-32 e o Ilyushin IL-76, que é até hoje a maior aeronave em operação no país. Helicópteros também reforçaram a frota em versões de transporte e de ataque, como o temível Mi-24.

Os aviadores cubanos criaram alguns apelidos engraçados para as aeronaves russas. O MiG-21, por exemplo, é o “salsicha”, enquanto o MiG-23 é chamado de “chorizo”. Apesar do humor, os pilotos de Cuba estavam entre os melhores do mundo e voavam até 250 horas por ano.

Cuba em guerra pelo mundo


Os MiG-23 cubanos realizaram mais de mil missões da Guerra de Ogaden ao lado da Etiópia
Os MiG-23 cubanos realizaram mais de mil missões da Guerra de Ogaden ao lado da Etiópia

Entre 1961 e 1980, Cuba se envolveu em uma série de conflitos militares, demonstrando superioridade em todos os embates. O país caribenho foi um dos protagonistas da “Guerra de Ogaden” que envolveu a Somália e Etiópia e que teve apoio dos cubanos. Nesse combate, entre 1977 e 1978, a Fuerza Aerea Revolucionaria usou tudo o que tinha de melhor, transportando material e soldados de Cuba diretamente para o front na África.


A crise dos mísseis foi iniciada após um avião espião dos EUA descobrir os artefatos soviéticos em Cuba
A crise dos mísseis foi iniciada após um avião espião dos EUA descobrir os artefatos soviéticos em Cuba

Caças MiG-17, MiG-21 e MiG-23 bombardearam diversas posições somalis, realizando mais de 3.000 missões em oito meses de guerra. As forças armadas da Somália, que também possuía aeronaves MiG-21, conseguiu abater duas aeronaves cubanas com disparos de artilharia antiaérea, matando um piloto – o outro foi capturado e depois solto. Ao todo, 400 militares cubanos morreram no conflito de apoio a Etiópia, que conteve a tentativa de invasão de seu vizinho e ainda aniquilou toda sua capacidade militar.

Crise dos mísseis

O bloqueio naval imposto a Cuba após a descoberta da instalação de mísseis soviéticos de longo alcance por pouco não levou os EUA e URSS a terceira guerra mundial em 1962. A ilha foi cercada pela Marinha dos EUA e aviões de patrulha passaram a vigiar todos os navios e portos cubanos.

O governo de Cuba não impediu as ações de bloqueio naval, mas ficou de olho no céu. Um avião espião Lockheed U-2 foi abatido por um míssil terra-ar, matando o piloto. Os restos dessa aeronave estão em exposição até hoje no museus das forças armadas em Havana.

A crise dos mísseis foi resolvida em menos de um mês, com os EUA e a URSS chegando a um acordo. Moscou pediu como condição para retirar os artefatos de Cuba que o governo norte-americano fizesse o mesmo com seus mísseis de longo alcance posicionados na Turquia.

Rasante de MiGs ameaçador sobre Santo Domingo

Os caças MiG-21 realizaram rasantes supersônicos sobre Santo Domingo, assustando a população
Os caças MiG-21 realizaram rasantes supersônicos sobre Santo Domingo, assustando a população

Enquanto mantinha uma frente de batalha na Etiópia, Cuba teve de acionar os esquadrões que se encontravam na ilha para conter uma ameaça local. No início de 1977, barcos de pesca cubanos foram confiscados pela marinha da Nicarágua sob a acusação de estarem operando em águas estrangeiras. Fidel Castro pediu os barcos de volta, o que foi negado. Não só isso, aviões nicaraguanos passaram a vigiar de perto embarcações cubanas em águas estrangeiras, assustando os tripulantes com rasantes.

Para reaver os barcos e “assustar” o governo de Nicarágua, Fidel Castro lançou a “Operacion Pico”, que consistia em enviar 12 caças MiG-21 para um sobrevoo rasante sobre a capital Santo Domingo. A incursão foi realizada na manhã de 9 de setembro, quando a dúzia de aviões partiu para uma viagem de 900 km até a capital nicaraguense.


Os MiG-21 cubanos estão em condições lamentáveis e raramente voam
Os MiG-21 cubanos estão em condições lamentáveis e raramente voam

Ao chegarem na cidade, os MiG cubanos voaram rasando o telhado das caças, alguns rompendo a velocidade do som. Não só isso, os aviões (desarmados) simularam posições de ataque contra alvos estratégicos sobre Santo Domingo, como a central do governo, o aeroporto e bairros residenciais. A população entrou em pânico e muitos correram para se esconder.

Para o dia seguinte, Cuba pretendia repetir a mesma missão, mas desta vez com os aviões armados para atacar a base aérea das forças armadas de Nicarágua. Com as aeronaves já preparadas, a missão acabou cancelada após o governo nicaraguense (avisado pela CIA sobre o plano de ataque cubano) anunciar a devolução das embarcações.


Os helicópteros Mi-8 são um dos atuais meios mais utilizados pela Força Aérea da Cuba
Os helicópteros Mi-8 são um dos atuais meios mais utilizados pela Força Aérea da Cuba

Além desses conflitos, Cuba também ajudou forças revolucionárias na guerra de independência da Angola, entre 1975 até 1989, e também apoiou a Síria e Argélia contra ofensivas do Egito e Israel.

Situação atual

Com a queda do bloco soviético, Cuba caiu em desgraça econômica. Orçamentos foram cortados em todas os gabinetes e a força militar que era a mais poderosa da América Latina, superando países como o Brasil, Chile e Argentina, se tornaria uma unidade limitada e quase que inteiramente sucateada nos tempos atuais.


O helicóptero de ataque Mi-24 já está aposentado em Cuba
O helicóptero de ataque Mi-24 já está aposentado em Cuba

A força aérea de Cuba não recebe uma nova aeronave desde 1990 e por isso foi forçada a desativar grande parte de seus mais de 200 caças para manter alguma condição de operar. Desta forma, a força que antes tinha poder de projeção, se tornou um meio de defesa deficiente. Muitos aviões foram desmontados para ceder peças a outros em melhores condições, o que reduziu drasticamente o tamanho da frota.


Os caças MiG-21 cubanos caminham para seus últimos voos em poucos devem ser totalmente desativados
Os caças MiG-21 cubanos caminham para seus últimos voos em poucos devem ser totalmente desativados

Segundo relatos mais recentes, Cuba tem em condições de operação cerca de 25 caças, sendo apenas quatro MiG-29. E esse número vem caindo a cada ano. Após o fim da URSS, parte dos aviões de transporte e carga foi compartilhada com a companhia aérea estatal “Cubana”. Devido a falta de orçamento, o país ainda utiliza aeronaves “pré-históricas”, como o biplano AN-2, desenvolvido na década 1940.

EUA, novo amigo


O Z-326, fabricado na Checoslováquia, é o avião de treinamento básico da Força Aérea Revolucionária
O Z-326, fabricado na Checoslováquia, é o avião de treinamento básico da Força Aérea Revolucionária

No final de 2014 o presidente dos EUA Barack Obama retomou as relações com Cuba com mediação do Papa Francisco e deu a entender que o embargo a ilha seria suspenso em breve, o que de fato ainda não aconteceu. De qualquer forma, essa ação pode ser vista como um alívio para os cubanos, que há tantos anos estão fechados ao exterior. Para a Fuerza Aerea Revolucionaria poderá ser um chance de se reequipar, quem sabe até novamente com material norte-americano.

1962: Ultimato de Kennedy na crise dos mísseis de Cuba

Mísseis estão agora em museu cubano

Em outubro de 1962, o confronto entre os Estados Unidos e a União Soviética colocou o mundo à beira de um conflito nuclear. Aviões de reconhecimento norte-americanos descobriram mísseis soviéticos de médio alcance instalados em Cuba.

Com alcance de 1.800 quilômetros, eles poderiam atingir alvos em todo o sudeste dos Estados Unidos, incluindo Nova Orleans, Houston, St. Louis e até Washington. A URSS ainda preparava a instalação de outras rampas de lançamento de mísseis no país centro-americano. Fotos aéreas não deixavam dúvidas de que os russos pretendiam colocar suas bases em condições de ataque.

Bloqueio naval contra Cuba

No dia 22 de outubro, o presidente John Kennedy denunciou, em pronunciamento pela televisão, a existência dos mísseis russos na América Central. “Essas rampas não devem ter outro objetivo que o ataque nuclear contra o mundo ocidental”, declarou.

Para ele, a transformação de Cuba em base estratégica, com a instalação de armas de destruição em massa, representava uma ameaça à paz e à segurança do continente americano. “Nem os Estados Unidos nem a comunidade internacional irão se iludir e aceitar esta ameaça”, advertiu.

Ainda no mesmo dia, os EUA decretaram um bloqueio naval contra a ilha de Fidel Castro e deram um ultimato à URSS. Kennedy exigiu do chefe de Estado Nikita Khruchov o imediato desmonte das rampas, a retirada dos mísseis e a renúncia à instalação de novas armas ofensivas em Cuba. Washington advertiu também que, caso o bloqueio fracassasse, a ilha seria invadida.

ONU contorna ameaça de guerra

Qualquer transgressão do bloqueio por navios soviéticos poderia desencadear a guerra entre as duas potências atômicas. A Organização das Nações Unidas ofereceu-se para mediar. A crise foi administrada e acabou sendo contornada. No dia 28 de outubro, Khruchov cedeu à pressão norte-americana, retirando os mísseis e admitindo uma inspeção da ONU.

Em contrapartida, Kennedy garantiu que os Estados Unidos não fariam novas tentativas de invasão a Cuba, como a que fracassara na Baía dos Porcos em 1961. Num acordo secreto com a URSS, os EUA também se comprometeram a retirar seus mísseis tipo Júpiter da Turquia.

A crise de Cuba entrou para a história como a maior demonstração de força da administração Kennedy. Os preparativos militares soviéticos, à época, não só irritaram os norte-americanos como também foram interpretados como provocação bélica por outros países ocidentais.

“Telefone Vermelho” entre Washington e Moscou

A comunidade internacional reagiu aliviada ao fim da crise. Mesmo nos dias de maior tensão, Willy Brandt, então prefeito de Berlim Ocidental, manteve a convicção de que a superação dessa crise significaria um passo decisivo rumo à paz mundial.

Esse confronto entre os Estados Unidos e a União Soviética evidenciou definitivamente a necessidade de uma política de distensão. A possibilidade de uma guerra nuclear persistiu até o último momento.

Tanto no Leste quanto no Ocidente, reconheceu-se o risco de uma corrida armamentista descontrolada e da rivalidade desenfreada entre as potências mundiais. Uma das consequências foi a instalação de uma “linha direta” (o chamado “telefone vermelho”) entre Moscou e Washington, no verão europeu de 1963.

Fonte: DW

Cuba envia militares à Síria em apoio à operação da Rússia contra Estado Islâmico


 A Fox News revelou nesta quinta-feira, 15, que militares cubanos estão combatendo terroristas do Estado Islâmico na Síria ao lado das tropas do governo de Bashar Assad. Além disso, segundo informou um alto funcionário do governo dos EUA, a maioria desses homens participa de ações militares em tanques russos.


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A informação, que havia sido publicada de forma inédita num relatório do Instituto de Pesquisas Cubanas e Cubano-Americanas da Universidade de Miami, foi confirmada pelo porta-voz oficial da Casa Branca, Josh Earnest, em entrevista à Fox.
Ele revelou que, segundo tudo indica, forças especiais cubanas estariam combatendo ao lado de tropas sírias para fornecer um maior apoio terrestre à operação aérea promovida pela Rússia contra o Estado Islâmico.

Segundo o relatório do instituto da Universidade de Miami, recentemente o chefe das Forças Armadas de Cuba visitou a Síria junto a um grupo de militares para prestar apoio à operação russa. O documento destacou ainda que a maioria das forças cubanas estaria operando tanques de fabricação russa em cooperação com as forças de Assad.

Na quarta-feira, 14, Josh Earnest advertiu contra quaisquer comparações ou paralelos com a Guerra Fria. Em entrevista à Fox, no entanto, ele comparou o fato com a intervenção cubana em Angola, o que, por sua vez, é por si só uma referência a um dos episódios da antiga rivalidade entre Rússia e EUA, quando, na década de 1970, tropas cubanas lutaram ao lado da União Soviética em vários países da África Central.

Earnest acrescentou ainda que, possivelmente, essas forças de Cuba passaram por um treinamento militar na Rússia antes de desembarcar na Síria em aviões cubanos vindos diretamente do território russo.

Fonte: .sputniknews

Classificação de países de acordo com as suas capacidades militares, ano 2015

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NOTA DO PLANO BRASIL, por Gérsio Mutti: Segundo a lista da Global Firepower (GFP) anual de  2012 (*), o Brasil ocupava a décima primeira (11ª) posição, estando atrás, por ordem de poderio militar, dos EUA, Rússia, China, Índia, Inglaterra, Turquia, Coreia do Sul, França, Japão e Israel.

Em apenas três (3) anos (2012 – 2015), o Brasil caiu 11 posições, passando a ocupar a vigésima segunda (22ª) posição na lista da Global Firepower (GFP) anual de  2015 (**).

(*) Pakistan Defence, 14/04/2012 – [ http://defence.pk/threads/how-accurate-do-you-think-global-fire-power-is.172771/ ].

(**) Lista da Global Firepower (GFP) anual de 2015 – [ http://www.globalfirepower.com/countries-listing.asp ].

Em tempo: No último dia 24/09/2015, o Sr. Comandante do Exército (EB), General-de-Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas (https://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Dias_da_Costa_Villas_B%C3%B4as), afirmou na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal da República: Podemos retornar a uma situação de 30, 40 anos atrás, quando éramos a oitava maior indústria de Defesa do mundo, e tudo foi perdido. Mais dois anos nessa situação e todo o esforço pode se perder’

https://guerraearmas.wordpress.com/2015/09/25/brasil-corre-risco-de-regredir-40-anos-na-defesa-alerta-comandante-do-exercito-brasileiro/

Irritados com a repercussão da queda do Su-30, venezuelanos criticam caças de Colômbia e Chile

As redes sociais estão fervilhando com debates sobre o real motivo da queda do Su-30 venezuelano. Entre as especulações sobre o abate do avião por um Kfir colombiano, também se fala muito da baixa disponibilidade e confiabilidade dos caças de procedência russa. Irritados, venezuelanos postaram o “meme” acima mostrando um F-16 chileno e um Kfir colombiano acidentados e um texto dizendo que os Sukhoi venezuelanos operam há mais de 10 anos sem acidentes, ao contrário dos F-16 e Kfir dos seus vizinhos de língua espanhola.

Fonte: Poder Aéreo

Em Cuba, sai o russo e entra o inglês

USA-Cuba

“A retomada das relações diplomáticas com os EUA colocou as línguas em seus (devidos) lugares: primeiro o inglês, a partir do curso que começou este mês, e depois o russo, que havia desbancado o outro nos anos 70, quando a União Soviética era o principal aliado de Cuba.

As prioridades do governo e dos cidadãos cubanos mudaram desde 17/12/2014, quando o presidente americano, Barack Obama, e Raúl anunciaram o início do processo de normalização diplomática.

Os professores particulares de inglês proliferam pela ilha, assim como os jovens dispostos a pagar pelas aulas.

Os EUA pretendem mergulhar em todos os rincões da sociedade cubana sem fazer alarde e encontraram no ensino de inglês um valioso escafandro.” Juan Jesús Aznárez, do ‘El País’, Espanha

 

Em Cuba, sai o russo e entra o inglês

Professores particulares de inglês proliferam pela ilha

Por Juan Jesús Aznárez, do ‘El País’, Espanha

Havana – Evitando a ousadia dos presidentes que participam de cúpulas internacionais com um tradutor a tiracolo, Raúl Castro reconheceu publicamente que seu inglês é “macarrônico”, mas que seu sucessor deverá falar fluentemente. Seu irmão, Fidel, soube se expressar no idioma durante a primeira visita aos Estados Unidos, em 1959.

— Os chineses estudam inglês, os russos estudam inglês e nós estudamos russo — comentou certa vez, assumindo o erro de não ter fomentado o ensino do idioma.

A retomada das relações diplomáticas com os EUA colocou as línguas em seus lugares: primeiro o inglês, a partir do curso que começou este mês, e depois o russo, que havia desbancado o outro nos anos 70, quando a União Soviética era o principal aliado de Cuba.

O acelerado aumento dos contatos com a sociedade americana e o maciço desembarque de turistas, intelectuais, empresários, artistas e desportistas, assim como a chegada de novas tecnologias, obriga a ilha a elevar o inglês a língua universal.

— É imprescindível — destacou José Ramón Machado, membro do Birô Político do Partido Comunista, em uma reunião com universitário. — E não podemos deixar para amanhã.

O russo foi a assinatura obrigatória durante o auge soviético. Em uma das escolas vocacionais, a Vladimir Ilich Lenin, os alunos mais adiantados recitavam poemas de Pushkin de cor. Os filmes e livros russos estavam por todos os lugares, e o intercâmbio com os russos duraram décadas.

As prioridades do governo e dos cidadãos mudaram desde 17 de dezembro passado, quando o presidente americano, Barack Obama, e Raúl anunciaram o início do processo de normalização diplomática. Os professores particulares de inglês proliferam pela ilha, assim como os jovens dispostos a pagar pelas aulas.

Os EUA pretendem mergulhar em todos os rincões da sociedade cubana sem fazer alarde e encontraram no ensino de inglês um valioso escafandro. A web de sua embaixada em Havana diz que promover o conhecimento do idioma entre os cubanos é um dos objetivos fundamentais. Em Cuba, o boom agora é o inglês: para fazer negócios, escutar música, ler, navegar na internet e entender as esperadas ondas de visitantes ‘Made in USA’.

Foto: A bandeira americana na embaixada em Havana e carros antigos ao fundo – Reuters

Fonte: O Globo 2ª Edição, Mundo, Terça-Feira, 08/09/2015