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Promotor que denunciou Kirchner é encontrado morto em Buenos Aires

O procurador argentino Alberto Nisman, que denunciou a presidente Cristina Kirchner de acobertar o envolvimento de terroristas iranianos em atentado a centro judaico em 1994. (Foto: Reuters/Marcos Brindicci/File)

O promotor federal argentino Alberto Nisman, de 51 anos,  foi encontrado morto em seu apartamento em Puerto Madero, bairro de alto padrão na capital argentina, na madrugada desta segunda-feira (19).

Ele era o responsável pela investigação do atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, quando uma explosão deixou 85 mortos e provocou danos estruturais em outros 9 edifícios no bairro Once.

Ele disse na semana passada que Cristina havia aberto um canal de comunicação secreto com o grupo de iranianos suspeito de ter plantado a bomba. Segundo o promotor, o esquema tinha como objetivo inocentar os suspeitos para que a Argentina pudesse começar a negociar grãos em troca de petróleo do Irã. Ele apresentaria detalhes da denúncia ao Congresso nesta segunda.

Segundo o jornal argentino “Clarín”, as primeiras informações davam conta de que o corpo de Nisman foi encontrado com perfuração na cabeça, compatível com uma arma de pequeno calibre.

“Alberto Nisman foi encontrado morto no domingo à noite em seu apartamento no 13º andar da torre Le Par, no bairro de Puerto Madero em Buenos Aires”, informou o Ministério da Segurança Pública da Argentina em comunicado.

A suspeita é que ele tenha se suicidado, ainda que as circunstâncias de sua morte não tenham sido esclarecidas e que autoridades policiais estejam evitando dar informações sobre o caso.

A promotora que investiga a morte de Nisman confirmou que foi encontrada uma arma em sua residência de Buenos Aires, mas pediu prudência e cautela à espera das conclusões das investigações.

“Peço prudência”, disse a promotora Viviana Fein, que confirmou que o corpo foi achado pela mãe de Nisman no banheiro de seu apartamento, em um edifício que conta com segurança privada no exclusivo bairro portenho de Puerto Madero.

Viviana confirmou aos meios de comunicação que também foi encontrada uma arma do calibre 22 no imóvel, mas evitou fazer comentários sobre as circunstâncias da morte de Nisman

Ela confirmou que o procurador foi encontrado por sua mãe, contactada pelos seguranças pessoais do procurador – 10 agentes da polícia, no total – que alertaram a família diante da falta de resposta aos insistentes telefonemas no domingo.

Investigação
Em um relatório de 300 páginas, Nisman pediu uma investigação contra Kirchner, que supostamente teria favorecido a assinatura em 2013 de um Memorando de Entendimento entre Argentina e Irã para poder interrogar os acusados em um terceiro país e avançar em um caso estancado há 20 anos.

A acusação de Nisman foi o último de uma série de confrontos entre funcionários de alto escalão e a justiça argentina sobre o esclarecimento deste atentado.

Além da investigação, Nisman havia pedido um embargo preventivo de bens no valor de 200 milhões de pesos (US$ 23 milhões) de Kirchner, de Timerman e de outros funcionários.

A denúncia foi recebida com cautela por grupos da comunidade judaica, embora ao longo da semana tenham pedido que as provas que Nisman tinha fossem divulgadas.

Segundo o procurador, a posição do governo de Kirchner obedecia a seu interesse pelo petróleo iraniano porque “buscava restabelecer relações comerciais de Estado a Estado, sem prejuízo dos intercâmbios que já existiam em nível privado”.

Para a audiência desta segunda-feira o procurador solicitava que seu comparecimento ocorresse em particular, mas parlamentares governistas exigiam que a audiência fosse pública e transmitida pela televisão.

Acusação vil, segundo o governo
O governo argentino rejeitou a denúncia “vil” do procurador.

“Depois de anos contando com o apoio político do (falecido ex-presidente) Néstor Kirchner e da atual presidente, o procurador acusa vilmente a política mais ativa (…) em relação ao julgamento e castigo dos responsáveis pelo brutal atentado terrorista”, afirmou Timerman em uma declaração na quinta-feira.

A assinatura de um memorando de entendimento com o Irã – denunciado como inconstitucional pela AMIA e por outras organizações judaicas – aumentou a tensão nas relações entre o governo de Kirchner e esta comunidade, integrada por 300.000 membros, a maior da América Latina.

O governo defendeu o acordo bilateral com o Irã para investigar os acusados de planejar o ataque. Cinco ex-funcionários iranianos, entre eles um ex-presidente, atuais ministros e líderes religiosos locais, têm uma ordem de captura internacional da Interpol a pedido da justiça argentina.

G1

Nota do Editor: O Promotor morrer pouco antes de praticamente lançar uma denúncia que poria fim a carreira política da presidente argentina? Estranho isso.

Orçamento Militar da Argentina para 2015

Sobre o orçamento de defesa Argentina para 2015

(Infodefensa.com) por Gustavo Saralegui * Eduardo Andres, Buenos Aires – o Executivo apresentou o plano do orçamento nacional 2015 o total das despesas decorrentes e de capital do Governo Federal é de 1.251.630.248 .. 497 pesos argentinos. Ao Ministério da Defesa foi atribuído o valor de  50.383.635.798 pesos, o equivalente a $ 5.927.486.564 dólares (a 8,5 no cambio argentino), o que representa um aumento de 43,53 por cento em relação ao ano anterior. Em defesa total  iguala 4,3 por cento. (Nos países de língua epanhola a númeração difere da nossa, sendo normal números como bilhão serem escritos com mais algarismos que no português)

A tabela a seguir mostra a estrutura do orçamento de defesa em uma série temporal, agrupados em três categorias, duas extraídos dos mesmos e um potencial como um equilíbrio entre o total e os acima de dois itens. A alta incidência de Recursos Humanos (ativos e passivos, pessoal militar e civil) na formação de orçamento ao longo dos últimos 12 anos é evidente.

Entre 78/80 por cento da despesa projetada é a pagarbenefícios, aposentadorias e pensões. Por isso, a aquisição de itens e operações de manutenção, não pode exceder 22 por cento do orçamento. Esta estrutura de custos é recorrente e muito semelhante a outras nações da América Latina, por exemplo o Brasil. Talvez um dos poucos países que tem quebrado essa inércia é o Chile, olhando mais de perto com a proporção ideal de 40 por cento no capital humano e 60 por cento para a aquisição, operação e manutenção.

O estudo da Contratação de Obras e Aquisição de Bens e Serviços Impacto sobre os futuros exercícios CAPÍTULO II Quadro anexo ao artigo n ° 11 do orçamento mostra uma mudança radical no nível de despesas para programas para reparar e atualizar os equipamentos, como para adquirir novos. Isso começou em 2014 e parece fazer  tudo o que não fez anteriormente. A situação é tão marcante que, em 2015, 2016, 2017 e nos próximos anos é esperado que se gaste o equivalente a 6.800 milhões, o que representa mais do que uma estimativa (1,15 vezes) da pasta de Defesa em 2015. Somente este ano está projetado investimento de 1.400 milhões, o que vai obrigar o Tesouro a fazer transferências orçamentais adicionais significativas.

Deve-se saber que o item Investimento Directo real representa não só as aquisições de equipamento militar. Isso porque, além de equipamento militar considerado gastos militares de acordo com a metodologia de atribuição que usa NATO, SIPRI e IISS,inclui outros investimentos que essa classificação não considera gastos militares. Basicamente se trata de investimentos e gerenciamento de conteúdo estrutural.

Em seguida, no documento que está disponível neste link , o conjunto de investimentos previstos descritos na depreciação orçamentária de 2014 e 2015, nos anos futuros.

Lendo o mesmo, você pode observar projetos especiais dentro do programa 16. Uma delas é a construção de patrulhas oceânicos (OPV). Foram orçamentados em 2005 para ganhar o seu investimento naquele ano, 06 e 07, no valor de 121 milhões de dólares (mudança para 2,91). Agora, novamente para os três anos de 2015, 2016, 1017, no montante de 248,5 milhões de dólares (mudança para 8,50). Outro projeto impressionante é o quebra-gelo Irizar, o que para a recuperação e atualização de um investimento de 328 milhões de pesos foi projetado em 2009, 85 milhões de dólares americanos (mudando a 3,85). Com as previsões para 2016, se investiu 566 milhões de pesos, o equivalente a 112 milhões.

Não parece adequado para alocar futuros desembolsos para equipamentos à beira da obsolescência devido aos avanços tecnológicos, embora alguns tenham pouco uso, como é o caso de fragatas e corvetas Meko e submarinos TR-1700.Comparado com equipamento equivalente nos países da NATO, alcançando o momento da retirada, com o atrito significativo na Argentina, que definem o seu serviço de saída é a sua idade e da incapacidade para atualizar. Outro exemplo é a atualização da TAM (Tanque Argentino Médio) no valor de 330 milhões. Atualmente, as forças blindadas demandam mais equipamentos modernos para unidades de combate, cujo principal tanque de 60 toneladas equipado com canhões de 120 mm é o  Active Protection System (APS), incluindo uma softkill que dá baixa assinatura infravermelha. Isso não acontece com a TAM, além de ter 30 tonelada canhões com 105 milímetros, tem uma má blindagem reativa e não reage contra o referido equipamento.

Também notáveis ​​são as dotações para aeronaves Pucara dos anos 70, que não têm participação bem sucedida em qualquer operação militar atual para justificar prolongando sua vida útil. No momento não há nenhum projeto sério para dotar o país de um avião de superioridade aérea que permite que a capacidade do ar equiparar-se ao Reino Unido nas Ilhas Malvinas e projeção que irá fornecer porta-aviões classe futura rainha Elizabeth. O recente anúncio ministerial Argentina sobre a incorporação de caças de quarta geração Saab Gripen, impróprios para operar confortavelmente nesta área de mar, envolvendo um investimento de cerca de 1.500 milhões de euros. No entanto, eles não foram incluídos nas disposições do presente orçamento de defesa, contribuindo mais uma vez para dar crédito a ele.

Parece mais razoável antes de investir na área de defesa, primeiro desenvolver uma força de design para as ameaças atuais.Quanto aos materiais, deve concentrar esforços em neutralizar os equipamentos que excederam o seu ciclo de vida e de fundos de plataformas e sistemas de armas avançadas que geram as habilidades necessárias para o país atingir os objectivos de defesa e segurança nacionais.

Finalmente, deve-se notar que a análise do orçamento de defesa da Argentina, é uma ferramenta parcial de saber e as projeções de gastos de defesa deve ser contrastado com acumulado em cada ano fiscal, dado o viés significativo foi observado na comparação entre os números.

* Gustavo E.ANDRÉS Saralegui é um engenheiro da Universidade Nacional de Buenos Aires, MA em Defesa para Instituto da Defesa Nacional (EDENA) e op-ed contribuinte para Nuevamayoria.com de Argentina e Infodefensa.com da Espanha.

Fonte: InfoDefensa / Traduçao e adaptação para o português: Guerra & Armas

Nota do Editor: A situação da Argentna é desesperadora, a nação outrota a mais poderosa da América do Sul durante os anos 50 e 60, vive hoje situação pior que a do Brasil, se comparado ao Brasil a Argenina não passa de um país obsoleto com Forças Armadas no nível da Coréia do Norte e Cuba, só que sem o “suposto” arsenal nuclear norte coreano.

Intenção argentina de comprar caças russos faz Inglaterra reforçar segurança nas Malvinas

O Reino Unido planeja aumentar seus sistemas de defesa aérea nas Ilhas Falkland  (Malvinas) diante dos relatórios que revelam o interesse da Argentina na aquisição de novos aviões de combate .

A Argentina tem mostrado nos últimos meses, a sua intenção de renovar a sua força de caça com alcance superior ao alcance das atuais aeronaves, com opções que vão desde a aquisição de aeronaves IAI Kfir israelense a Saab Gripen desenvolvido pela Suécia e serem construídas no Brasil sob licença. Buenos Aires também olhou para a opção de compra de idade Mirage F1M empregado pela Força Aérea Espanhola .

Nestas circunstâncias, e em um clima de tensão agravada pela ofensiva diplomática declarada pela Argentina a presidente Cristina Kirchner, tenta criar atritos diplomáticos com o Reino Unido.

O Reino Unido planeja substituir os sistemas de defesa com base na ilha por outros, incluindo um novo míssil e radar, e novas equipes de gestão de combate, controle, comunicações, computadores e inteligência (conhecido como BMC4I).

Um porta-voz do Ministério da Defesa explicou que o plano do novo sistema BMC4I, vinculado ao Sistema de Defesa Aérea Futuro local (FLAADS, por sua sigla em Inglês), prevê a adjudicação, no verão de 2016, após o verão deste ano, deu o “convite para tratar” do contrato.

Um sistema BMCI semelhante à fornecida para as Malvinas entrou em serviço em outubro passado no exército britânico. O sistema, conhecido como LEAPP (que significa Terra Ambiente Air Imagem Prestação) foi fabricado pela Lockheed Martin Reino Unido ao abrigo de um contrato de 100 milhões de libras (€ 129.000.000), com o Ministério da Defesa, assinado em 2008.

81 milhões em 2014 para defender algumas ilhas com óleo

A urgência do Reino Unido para melhorar a defesa das Malvinas pode ser aumentada com a possível entrada de Moscou na arena. O Sunday Times publicou no final de dezembro que a Rússia se ofereceu para aviões de caça Sukhoi Buenos Aires-24M em troca de carne e trigo. O possível acordo, não confirmada, consideraria locação / empréstimo de doze aeronaves deste modelo.

Funcionários do Ministério da Defesa manifestaram temores de que a entrega de jornais britânicos deste tipo vem muito antes da sua entrada em serviço novo porta-aviões da Marinha Real HMS Rainha Elizabeth com seu F-35B, que está prevista para 2020.

Hoje em dia, depois de cortes na defesa, Reino Unido possui nas Ilhas Falkland, com quatro Eurofighter Typhoon, Rapiermísseis anti-aéreos e 1.200 soldados, além de um navio da Marinha de visitar o enclave em vários momentos ao longo do ano .No ano passado, Reino Unido gastou £ 63.000.000 (81 milhões de euros) para defender as Malvinas.

Rússia e Argentina, em 2010, forneceu dois helicópteros de assalto Mi17 servindo na Sétima Brigada da Força Aérea.

O britânico médio citado sugere que as tensões sobre as ilhas ressurgiram depois que soube, depois de uma perfuração exploratória do fundo do mar na área poderia conter reservas de petróleo interessantes.

Foto: Lockheed Martin   Tradução e Adaptação: Guerra & Armas

ARGENTINA: Disposição britânica em impedir o reaparelhamento da FAA abre as portas para os caças russos e chineses!

Cristina Elisabet Fernández de Kirchner

A posição do Reino Unido, que já era clara, ficou ainda mais evidente quando os britânicos anunciaram que vetariam uma eventual venda de caças Gripen à Argentina, em resposta à iniciativa do Ministério da Defesa do Brasil em fornecer à FAA (Força Aérea Argentina) 24 caças Gripen NG, de fabricação brasileira, num negócio estimado em US$ 2,9 bilhões.

O Brasil, por conta da recente aquisição de 36 caças do mesmo tipo, para o reaparelhamento de sua Força Aérea, adquiriu também os direitos de produção local da aeronave, com preferência na comercialização do vetor para os países da América Latina e África. Ocorre, entretanto, que cerca de 30% dos componentes críticos da aeronave são de origem britânica, o que confere ao Reino Unido a palavra final quanto ao fornecimento dos caças, não só à Argentina, mas a qualquer cliente que assim o deseje.

Notadamente, a Saab, construtor original e proprietário do projeto do Gripen, nunca fez qualquer tentativa de oferecer a aeronave diretamente aos argentinos, mesmo das versões mais antigas, pois sempre soube que o que o Reino Unido iria bloquear qualquer venda para a Argentina.

Nos últimos anos, a Saab forneceu à Argentina outros sistemas de armas, incluindo o sistema de míssil MANPADS RBS 70 VSHORAD (Sistema de Defesa Aérea de  Curto Alcance – Very Short Range Air Defence System), além de foguetes antitanque AT4, que não possuem componentes britânicos.

Atribui-se, também, à interferência diplomática por parte de Londres, o fracasso nas tentativas da FAA em adquirir caças Mirage F-1 excedentes da Espanha, assim como também os Kfir israelenses.

Toda essa situação se agrava com o fato de que, na Argentina, os orçamentos de defesa tem sido sistematicamente reduzidos, desde meados dos anos 1980, logo na sequência da derrota militar na Guerra das Malvinas, onde a democracia foi restaurada e os cortes no orçamento foram vistos pelo público como uma espécie de castigo justo sobre as forças armadas de seu país.

Voltando à FAA, seus comandantes militares não receberam o apoio devido do poder executivo local no intuito de substituir a  envelhecida frota de caças Dassault Mirage IIIEA em operação no país.

Argentina_Air_Force_Dassault_Mirage_IIIEA_Lofting

Atualmente, a aeronave mais capaz presente no inventário da FAA é o A-4AR Fightinghawk, que é um upgrade do A-4M Skyhawk da McDonnell Douglas, desenvolvido pela Lockheed Martin especialmente para Argentina.

Argentina_Air_Force_McDonnell_Douglas_A-4AR_Fightinghawk_Lofting-2

Logo após a guerra, a Argentina comprou e pagou por mais caças IAI Nesher/Dagger, de produção israelense, mas os aviões não chegaram a ser entregues devido a pressões americanas. Somente em 1992 é que a Argentina pode começar negociar a compra de novos aviões de combate. O modelo pretendido era o F-16, entretanto, com a recusa dos americanos em fornecer este modelo, eles acabaram por aceitar 32 A-4M e 4 OA-4M, que vieram a ser modernizados e equipados com o radar APG-68 (o mesmo empregado no F-16). Por mais que seja um vetor capaz, o A-4AR é, não é uma plataforma adequada à arena ar-ar, e sua principal função é o ataque a superfície.

O subfinanciamento das forças armadas chegou a um nível mais baixo em 2003, quando o Presidente Nestor Kirchner chegou no poder. A políticas de Kirchner foram continuadas por sua esposa, Cristina Fernandez Kirchner, que foi eleita presidente em 2007, e desde então governa o país.

Já em 2008, iniciaram-se as negociações com os espanhóis para a aquisição dos caças Mirage F-1, entretanto, se por um lado o governo britânico interferia nas negociações, por outro, a Presidente Cristina Kirchner falhou em não garantir as condições financeiras necessárias para que a FAA pudesse dar segmento ao negócio, cujas negociações paralisadas. A aeronave foi oferecida novamente no final de 2012, quando a manutenção dos caças Mirage mais antigos, remanescentes no inventário argentino, atingiu um nível crítico. Novamente, a despeito de qualquer interferência britânica, devido a questões financeiras, não houve avanço nas negociações. Havia sido esgotada também a capacidade espanhola em prover a certificação de aeronavegabilidade para as aeronaves, que era uma exigência regulamentar argentina. Restava ainda a opção para se obter essa certificação da França, entretanto os valores envolvidos seriam ainda maiores, sem falar que o governo francês não se mostrava inclinado ao negócio em si, haja vista vislumbrava ele mesmo eventualmente persuadir a Argentina a adquirir caças Mirage 2000 excedentes da Armée de l’Air.

Como resultado, a possível aquisição dos Mirage F-1 espanhóis foi oficialmente descartada. A FAA, então, dirigia sua atenção aos caças IAI Kfir, que poderiam ser comprados de Israel, remodelados e atualizados. As negociações sofreram com a falta de apoio dos níveis mais altos do governo da Argentina, além do fato de setores da própria FAA terem algumas algumas dúvidas sobre o estado de conservação das células israelenses. Como resultado de ambos, as negociações foram paralisadas.

A opção francesa, com o Mirage 2000, permanece tecnicamente viável, entretanto financeiramente improvável. A despeito da preferência da FAA por aeronaves ocidentais, as circunstâncias geopolíticas, associadas às complicações financeiras da Argentina tem forçado os comandantes militares daquele país a considerarem as opções oferecidas por russos e chineses.

Uma solução russa seria financeiramente conveniente para a Argentina, que possui sérias restrições orçamentárias. Recentemente, durante a visita oficial do Presidente Vladimir Putin a Buenos Aires, ocorrida em setembro desse ano, o mandatário ofereceu-se para aceitar carne, trigo e outros bens alimentares como pagamento pela compra de equipamento militar produzido por seu país.

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Basta um sim da Presidente Kirchner para que em pouco tempo estejam à disposição da FAA alguns esquadrões de caças da família Flanker, totalmente armados e atualizados, o que mudaria subitamente todo o cenário geopolítico da região. Os altos custos de operação das aeronaves russas, entretanto, despertam dúvidas se essa seria a solução mais adequada.

Existe também a solução chinesa, que prevê o fornecimento do caça sino-paquistanês FC-1 / JF-17, que possui custos de operação significativamente inferiores, se comparados aos Flanker, mas que, mesmo também sendo uma aeronave consideravelmente inferior, atende aos requisitos da FAA.

JF-17 1

FC-1 / JF-17 seria fornecido completo, sem restrições, o que inclui a capacidade BVR e o míssil SD-10A. A China, além de ser o segundo maior parceiro comercial da Argentina, apoia suas reivindicações sobre as Ilhas Malvinas, o que confere aos chineses um status diferenciado. Outro ponto positivo é a possibilidade de produção local da aeronave.

Diante desse cenário, é sensato afirmar que os esforços diplomáticos do Reino Unido para negar à Argentina a chance de modernizar o seu poder aéreo, empurrando-a para os braços da Rússia e China, pode vir a custar caro para os britânicos, e isso já preocupa seus comandantes militares.

A Argentina não abandonou o discurso que reclama o direito à soberania das Ilhas Falklands/Malvinas, e, ainda que em tese, uma nova aventura militar na região seja improvável, o que menos se espera é que as Forças Armadas Argentinas reúnam as condições técnicas para fazê-lo. Num governo desgastado, internamente e internacionalmente, como o da Presidente Kirchner, nada cai mais como uma luva do que tocar o âmago popular com um assunto polêmico e que mexe com espírito nacionalista do povo argentino: As Malvinas!

FONTE: DefenseNews – EDIÇÃO: Cavok

IMAGENS: Internet, e meramente ilustrativas

Jornalista inglês garante: governo argentino prepara uma Invasão as Malvinas novamente

Após o anúncio de que a Argentina assinou com o Brasil um documento de intenções para obtenção de 24 caças Saab Gripen NG-BR, articulista britânico alerta o Reino Unido para inclinação revanchista de Buenos Aires por controle de arquipélago

O jornalista britânico Robert Fox sugeriu em artigo publicado na última terça-feira, 28, na revista The Week, que a Argentina está se preparando para uma nova confrontação bélica contra o Reino Unido pela soberania das Ilhas Malvinas/Falklands. O arquipélago situado no Atlântico Sul e sob controle do governo britânico, já foi palco de um conflito armado ocorrido em 1982 e vencido pelos europeus, após quase três meses de guerra que deixou um saldo sangrento de mais de 1.300 mortos do lado argentino e outros 300 do lado inglês.

Segundo Robert Fox, que trabalhou na cobertura da Guerra das Malvinas em 1982, “essa é a primeira grande compra de veículos bélicos por parte da Argentina desde o fim do conflito”. Além disso, o jornalista destaca a parceria dos argentinos com o Brasil na compra de caças europeus, que “serviriam de modelo para uma indústria e um mercado latino-americano.”

O jornalista inglês ainda afirma que o Parlamento Britânico deve se preocupar, já que “os jatos adquiridos pela Argentina são superiores aos do Reino Unido” que, segundo ele tudo isso deveria ser um aviso ao governo britânico para que comece a fazer alguma coisa para resolver a questão das Ilhas Malvinas, antes que se torne mais uma vítima da filosofia de política externa do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.

Jornalista inglês se equivoca em alguns fatos

Talvez movido pelo senso patriótico, levando em consideração que Robert Fox cobriu a Guerra da Malvinas ao lado de soldados compatriotas, possa ter levado o respeitável jornalista a cometer alguns equívocos em seu artigo. Primeiramente, o governo argentino não fechou negócio com o Brasil para a compra de caças supersônicos de tecnologia sueca que seriam fabricados em solo brasileiro.

Na realidade, o ministro da Defesa da Argentina, Agustín Rossi assinou com seu colega brasileiro, o ministro Celso Amorim, um acordo de cooperação bilateral que garantirá base jurídica e política para a ampliação de projetos conjuntos entre os dois países no setor aeronáutico.

A assinatura da documentação diplomática ocorreu na oportunidade em que a Embraer apresentava á imprensa brasileira e internacional o mais novo jato cargueiro KC-390, desenvolvido em parceria com argentinos, portugueses e checos. Na oportunidade, Agustín Rossi também assinou a decisão do governo argentino de iniciar as negociações para aquisição de 24 caças suecos Gripen NG que serão produzidos no Brasil. As condições da compra, assim como a eventual participação argentina na produção desses aviões, serão objeto de tratativas, nos próximos meses, entre representantes dos dois países.

O caça sueco foi o vencedor da licitação FX-2 para equipar a Força Aérea Brasileira com 36 aparelhos pelo preço de mais de 9 bilhões de reais, juntamente com a transferência de tecnologia. Na concorrência, o Gripen NG derrotou o americano F-18 Super Hornet e o francês Dassault Rafael.

Negociações abertas


Deste modo, ainda não há nada acertado de que a Casa Rosada — sede do Executivo argentino — tenha batido o martelo para aquisição, via Brasil, de 24 sofisticados jatos de combate de tecnologia sueca. Negócio deste porte envolve bilhões de dólares, e a economia argentina não passa pelo seu melhor momento. Pelo contrário, o peso argentino nunca esteve tão desvalorizado perante a moeda americana, e a inflação bate a casa dos 200% ao ano.

Outra questão que deve ser levado em consideração é o estado de penúria em que se encontra as Forças Armadas argentinas que, atualmente, não teriam as mínimas condições de bancar qualquer aventura militar, principalmente contra o Reino Unido. Outrora a mais sofisticada máquina de guerra da América do Sul, hoje o orçamento de Defesa da argentina é o menor da América do Sul — apenas 1.2% do PIB.

Robert Fox afirma em seu artigo que os caças Saab Gripen NG seriam superiores aos jatos mantidos pelos britânicos para a defesa aérea das Ilhas Malvinas/Falklands, o que seria outro equívoco. Segundo publicações especializadas que foram consultadas para esta matéria, a Royal Air Force (RAF) — Real Força Aérea Britânica — mantêm em prontidão pelo menos quatro caças supersônicos Eurofighter Typhoon EF-2000, a ponta da lança da aviação de combate da Força Aérea de vossa majestade.

Retórica peronista

Levando em consideração que o Gripen NG ainda é um projeto, ou seja, existe apenas um protótipo para demonstrações, há estimativas de que o jato sueco vai ter performance bem próximas aos dos Typhoons — baseado em dados e informações da empresa sueca que desenvolve o avião. Portanto, os Gripens não poderiam superar os caças ingleses com facilidade em um hipotético combate aéreo, como anuncia Robert Fox em seu artigo.

Lembrando que além de caças, os ingleses mantêm, desde 1982, mais de 2 mil militares de prontidão no arquipélago, em sua maioria fuzileiros reais — Royal Marines — centenas de blindados, dezenas de mísseis antiaéreo e radares de alerta aéreo antecipado. Há informações de que imensos submarinos de propulsão nuclear da Marinha Real Britânica — armados de mísseis e torpedos — têm se revezado no patrulhamento das águas que cercam as ilhas. Enfim, as Malvinas/Falklands hoje são verdadeiras fortalezas militarizadas.

É fato que nos últimos anos, a presidente argentina Cristina Kirchner, vem sustentando um discurso revanchista além de questionar publicamente o controle inglês sobre as Malvinas/Falklands. Mas, a realidade mostra que a retórica da líder sul-americana não passa de bravatas e que não haveria a mínima sustentação para uma nova aventura belicosa argentina para reaver o controle daquelas ilhas. Pelo menos não por agora.



Agora é oficial: Argentina já está sob regime socialista

O Congresso argentino aprovou, nesta madrugada, a reforma da Lei de Abastecimento, rejeitada fortemente pela oposição e pelo setor produtivo por considerar que aumenta o controle do Estado sobre a atividade empresarial. O projeto de lei, que já havia passado pelo Senado, foi aprovado pela Câmara dos Deputados, por 130 a favor e 105 contra. 

A lei permite a fixação de limites de preços e de lucro de empresas, além do controle de cotas de produção, que ficará a cargo da Secretaria de Comércio do Ministério da Economia. O projeto ainda compreende a aplicação de multas, fechamento de empresas por até 90 dias e suspensão de registro por até cinco anos. A medida, portanto, aumenta ainda mais o poder de intervenção da presidente Cristina Kirchner na frágil economia argentina. 

A deputada Diana Conti, da coalizão governista Frente para a Vitória, disse durante a maratona de debates que a nova lei “ajudaria a garantir que o Executivo tenha os instrumentos necessários para proteger consumidores”. Defensores dizem que a medida também buscará conter as demissões em tempos de crise.

Proteger consumidores? Uma piada de mau gosto. A melhor proteção que existe para consumidores está no funcionamento do livre mercado, com ampla concorrência do lado dos produtores e empregadores. Delegar tanto poder ao estado jamais protegeu consumidores ou quem quer que seja, à exceção dos próprios governantes e burocratas.

Aquilo que já era ruim ficou ainda pior. O grau de intervenção estatal na economia aumentará ainda mais agora, com essa prerrogativa esdrúxula. Se capitalismo é, na essência, os meios de produção em mãos privadas, e o socialismo é o controle estatal deles, então a Argentina já está sob um regime socialista na prática.

Manter a propriedade privada de jure serve apenas para preservar as aparências. Quando quem controla as decisões mais relevantes de uma empresa, como preço e produção, é o governo, então a propriedade de facto está nas mãos estatais, foi abolida.

Paradoxalmente para aqueles que ignoram que o nazismo foi mais afeito ao modelo socialista do que ao capitalismo liberal, esse era exatamente o método adotado pelos seguidores de Hitler. O Führer apontava dirigentes dentro das empresas, determinava o que produziriam e por quanto ou para quem venderiam. Por que socializar os meios de produção, se ele havia socializado os homens?

A Argentina caminha rapidamente rumo ao desastre socialista, como a Venezuela. Não custa lembrar que teve vários entusiastas por aqui, em nossa esquerda. Fico perplexo ao pensar que empresário ainda permanece lá, mantendo alguma chama de esperança de que poderá reverter tal curso. Dizem que a esperança é mesmo a última que morre. Sem dúvida ela morre depois do bom senso e do realismo…

Rodrigo Constantino / Veja

Avião cai em condomínio na Argentina e mata duas pessoas

Um avião de pequeno porte caiu na tarde deste domingo (14) em um condomínio na cidade de Tigre, região norte da província de Buenos Aires, e matou Gustavo Andrés Deutsch, 78 anos, ex-dono da empresa de aviação civil argentina Lapa e sua esposa,  O acidente ocorreu por volta das 15h, horário local.

“Temos duas vítimas a lamentar, os tripulantes do avião, um casal”, únicos ocupantes da aeronave, disse o prefeito de Tigre, Julio Zamora em entrevista coletiva no exclusivo bairro de Nordelta, construído sobre pequenas ilhas no delta do rio Paraná.

Segundo Zamora, o acidente causou “a destruição total de uma propriedade e o incêndio parcial de outras duas residências vizinhas, todas vazias”.

De acordo com o jornal El Clarín, a aeronave teria como destino o aeroporto Jorge Newbery, na capital argentina.

Testemunhas afirmam que o avião voava a baixa altitude, supostamente com a intenção de realizar um pouso de emergência. Ainda segundo o jornal, a aeronave era do modelo Beech E 300, e tinha matrícula LV WLT.Acidente aéreo em Buenos Aires (Foto: AFP)

Queda de avião em Buenos Aires (Foto: AFP)

Acidente aéreo em Buenos Aires (Foto: AFP)

FONTE: G1