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Especial: Aviões presidenciais da América do Sul

Por Francisco Santos

Belo Horizonte – O Guerra & armas começa hoje uma série de reportagens especiais sobre os aviões presidenciais da América do Sul. O cargo de presidente exige incontáveis viagens pelo país e para nações estrangeiras visando a busca de acordos financeiros, participação em encontros, congressos e encontros com líderes e personalidades estrangeiras, por isso um meio de transporte rápido e viável torna-se necessário para atender as necessidades do mandatário, ao longo das matérias vamos trazer os modelos e tipos de aviões dos chefes de estado da América do Sul.

Uruguai

Vamos começar com a ex-província brasileira da Cisplatina, território que já pertenceu ao nosso país, o Uruguai é hoje o terceiro menor país da América do Sul em população, com população estimada em 3.350.500 milhões de habitantes, de acordo com censo de 2008  e PIB de US$ 69,777 bilhões. O país possui apenas 176.215 km², sendo menor que muitos estados brasileiros, com isso não é necessário um avião de grande alcance e autonomia para viagens nacionais. O atual presidente do país é Tabaré Vázquez.

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Jato Embraer ERJ-135 recondicionado (ex-American Eagle)

 A Força Aérea Uruguaia (FAU) utiliza um  jato Embraer ERJ-135 (foto acima) recondicionado da extinta empresa American Eagle dos EUA que foi financiado pelo governo brasileiro. O Jato veio a substituir o EMB-120 Brasília que servia como transporte dos presidentes do país desde 1999 (Foto abaixo).

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EMB-120 Brasília VIP da Força Aérea Uruguaia

O governo uruguaio conta ainda com um helicópteros Dauphin, adquirido em 1998 pelo então presidente uruguaio  Sanguinetti (Foto abaixo).

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Airbus Helicopters AS365 Dauphin, usado como transporte VIP pela FAU.

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Conheça a Força Aérea do Paraguai

Texto: Hélio Higuchi e ALIDE

 Um breve histórico

T-27 da FAP ao lado de C-95 da FAB

A aviação militar paraguaia teve sua origem no início da década de 20, com a criação da Escuela de Aviacion Militar que era subordinada ao exército. Com a crescente importância da aviação foi criada em 1927 a Fuerza Aérea Del Ejercito Nacional Paraguayo com grande auxílio da França.

Em julho de 1932, com menos de uma década de existência a força teve seu batismo de fogo. A Bolívia acabava de deflagrar uma guerra que seria conhecida como Guerra do Chaco. O uso da aviação foi intenso por ambas as partes e foram efetuadas missões de reconhecimento, observação, transporte, bombardeio e de defesa aérea. Em 4 de dezembro do mesmo ano ocorreu o primeiro abate de uma aeronave em combate aéreo nas Américas. Um Potez 25 A.2 paraguaio havia sido atacado e destruído por três Vickers Scout bolivianos. Após esse episódio, os combates continuaram ocorrendo ao longo do conflito com vitórias para ambos os lados. Finalmente as hostilidades terminaram em 1935 com os dois países em total esgotamento.

Finalmente em 1989 a força aérea passa a ser independente do exército, recebendo o nome de Fuerza Aérea Paraguaya. Mesmo sendo independente a situação não mudou e a escassez de recursos continuou ao longo de sua existência.

 Visita a Base Aérea de Ñu-Guazú da Força Aérea Paraguaia (FAP)

A Força Aérea Paraguaia é uma pequena força militar, e com poucas fotos disponíveis para pesquisadores. O maior pesquisador paraguaio de assuntos aeronáuticos é sem dúvida o Sr.Antonio Sapienza Fracchia, e através dele e do General Gregor, Comandante da Base Aérea de Ñu-Guazú, consegui a devida autorização para visitar e fotografar os aviões desta base aérea.

Situada na capital do Paraguai – Assunción , a Base Aérea de Ñu-Guazú( Campo Grande na língua guarani) tem a sua pista de pouso compartilhada com o Aeroporto Internacional  Silvio Pettirossi e abriga a espinha dorsal de sua força aérea.

Passe o mouse sobre as fotos e veja as legendas.
os 3 T-33 da FAP estão ainda em condições de vôo,porem faltam os cartuchos ods assentos ejetores.Note que o esquema de pintura é diferente entre eles.Quando vieram de Taiwan possuíam o mesmo esquema de cores Xavante FAP1010 no hangar.Este avião necessita de reparos para poder colocar em condição operacional Line up dos 3 Xavantes em condições de vôo (FAP1004,1005 e 1009) em seus abrigos Tucano FAP1053
 Grupo Aerotático (GAT)

É a única unidade aérea de combate da Fuerza Aérea Paraguaya e está dividida em três esquadrões.

O 1º Escuadrón de Caza “Guarani” está equipado com os EMBRAER EMB-326GB Xavante e está dividido em duas esquadrilhas: “Orion” e “Centauro”. Em 1979 o Governo Paraguaio encomendou nove unidades (FAP 1001 a 1009), sendo que em junho de 1980 todos os aviões já se encontravam operacionais. Em setembro do mesmo ano, o FAP 1008 sofreu um acidente, e com isso a FAP decidiu repor essa perda comprando mais uma célula (FAP 1010) que chegou ao país em 1982.

Atualmente essas aeronaves não estão em operação devido aos custos operacionais, e somente três delas estão em condições de vôo e outras duas necessitam de pequenos reparos. Recentemente foram oferecidos ao Brasil para permutar com sete T-27 Tucano, sendo que quatro desses Tucanos viriam do 3°/3°GAv. Uma delegação da FAB foi enviada ao Paraguai para a inspeção dos Xavantes, que possuem apenas 3.000 horas de vôo.

O 2° Escuadrón de Caza “Índios” está equipado com os antigos Lockheed AT-33 A e  também está dividido em duas esquadrilhas: “Taurus” e “Escorpio”. O Paraguai recebeu na década de 80 seis unidades doadas por Taiwan. Hoje apenas três aeronaves aparentam estar em condições de vôo, porém estão inativas devido a falta de cartuchos dos assentos ejetáveis. Elas seriam substituídas por alguns Northrop F-5E Tiger, também a serem doados por Taiwan, porém diante do veto dos EUA e também pelo alto custo operacional, a substituição não foi efetivada.

O terceiro esquadrão é o Escuadrón de Reconocimiento y Ataque “Moros” e opera os três únicos EMBRAER EMB-312 Tucano atualmente no inventário da FAP. Assim como os outros dois esquadrões, esse também é dividido em duas esquadrilhas. “Gama” e “Omega”.

Aeronaves do GAT:

03 EMBRAER EMB-312 T-27 Tucano (matrículas FAP 1051,1052 e 1053)

05 EMBRAER EMB-326GB Xavante (matrículas FAP 1004,1005,1007,1009 e 1010)

03 Lockheed AT-33A (matrículas FAP 1020,1021 e 1024)

 Grupo Aéreo de Transportes Especiales (GATE)

É equipado com uma grande variedade de aviões de transporte, sendo responsável pelo transporte de tropas e de autoridades(VIP). Sua principal aeronave sem dúvida é o Boeing 707-321B (ex- Líneas Aéreas Paraguayas-LAP) que serve como avião presidencial. Na ocasião da visita a base, a aeronave estava com o escudo da Federación Paraguaya de Futbol pintado na fuselagem.

Cabine do Boeing 707 presidencial Boeing 707 presidencial FAP4001 O Twin Otter FAP02 que já foi avião presidencial Cabine do Aviocar 400

Outro avião de destaque no GATE é o DHC-6 Twin Otter que foi usado como aeronave presidencial durante o governo do Presidente Alfredo Steroessner.

Durante a visita foi observada a presença dos veteranos Douglas C-47. Apesar de não terem sido oficialmente desativados eles não voam mais, e estão sendo sucateados.

Os quatro aviões CASA C-212-200 Aviocar e um novíssimo CASA C-212-400, que possui apenas 180 horas de vôo, são os principais vetores de transporte e utilizados inclusive pela Brigada Aerotranspotada.

CASA Aviocar 400 FAP 2035 em revisão de 180 horas de vôo Cessna 402 Businessliner FAP 0222 em manutenção ENAER Pillan FAP0112 pertence a Base Aérea de Concepción, mas as revisões são feitas em Ñu-Guazú Cessna 210 Centurion FAP0210

Aeronaves do GATE:

01 Boeing 707-321B (matrícula FAP 4001)

01 De Havilland Canada  DHC-6 Twin Otter (matrícula FAP 4002)

03 Douglas C-47 (matrículas FAP 2010,2030 e 2032)

04 CASA C-212-200 Aviocar (matrículas FAP 2027,2029,2031 e 2033)

01 CASA C-212-400 Aviocar (matrícula FAP 2035)

01 Cessna U206C/G Stationair II

01 Cessna 210N Centurion (matrícula FAP 0210)

02 Cessna 402  Businessliner (matrículas FAP 0221 e 0222)

01 Piper PA-32 Lance

 Grupo Aéreo de Helicópteros (GAH)

Unidade responsável pelos helicópteros da FAP. Realiza missões de evacuação aeromédica, transporte, busca e salvamento(SAR) e ataque. Possui em seu inventário sete helicópteros Bell UH-1H que foram doados por Taiwan, três Helibrás HB-350 Esquilo e um Hughes 269.

Aeronaves do GAH:

07 Bell UH-1H (matrículas FAP H-0430,0431,0432,0433,0434,0435 e 0436)

03 Helibrás HB-350 Esquilo (matrículas FAP H-025,026 e 027)

01 Hughes 269 ( matrícula FAP H-029)

Hughes 269 FAP-029 Esquilo FAP H-026 3 dos 7 UH-1H recebidos de Taiwan Bell UH-1B Iroquois da DINAR PR-H-004
 Mais unidades em Ñu-Guazú

Além destes Grupos Aéreos a Base Aérea de Ñu-Guazú abriga a Brigada Logística, aonde é feita a manutenção IRAN (Inspection and Repair As Necessary) de todas as aeronaves da Força Aérea. Abriga também um PZL- 140 Wilga 80 (matrícula FAP 0225) que é utilizado para missões SAR e dois North American T-6 (matrículas “1” FAP 0119 e “2” FAP 01239) da esquadrilha acrobática “Ara Sunú”, porém não voam mais.

Também são baseados em Ñu-Guazú três aviões do Ejército Paraguayo , sendo eles um Beech Baron 58 (matrícula TE-02), um Cessna U206 (matrícula TE-01) e Cessna 310R (matrícula TE-03), bem como os três helicópteros Bell UH-1B do DINAR(División de Narcotráfico) que não estão operacionais desde 1998.

Uma curiosidade polemica é que durante a visita foram vistos militares da USAF em Ñu-Guzú.

Beech Baron TE-02 do Ejercito Paraguayo Cessna U-206 TE-03 do Ejercito Paraguayo O T-6 “2” FAP01239 da esquadrilha acrobática “Ara Sunú” já não voa mais O Wilga Polonês é utilizado para missões SAR

A FAP, assim como a grande maioria das forças armadas latino-americanas, sofre com a falta de recursos financeiros para a aquisição de meios modernos e até mesmo para a manutenção dos meios já existentes. Mesmo com todos esses problemas a FAP participou em 2005 do exercício PARBRA I com a Força Aérea Brasileira. O exercício possuía o objetivo estabelecer procedimentos para uma maior eficácia no combate aos tráfegos ilícitos, e empregou as aeronaves Cessna 402, T-27 Tucano e C-212 com grande êxito.

Fonte: http://www.alide.com.br/artigos/fap/

Aeronaves de combate, blindados, satélites e radares… As Forças Armadas Paraguaias em busca urgente de material de defesa para combater ao EPP

Segundo as autoridades militares paraguaias, o principal problema enfrentado atualmente pelas Forças Armadas continua sendo a falta de tecnologia para enfrentar ao chamado “Ejército del Pueblo Paraguayo”. Esta necessidade urgente altera todos os roteiros previstos para adquirir de forma programada este tipo de material nas diferentes Forças, pois os planos de compra, os quais se estendiam até 2025, ficam reduzidos a vários meses.  A procura seria por fornecedores com amplo apoio dos seus governos, para assim adquirir equipamentos em pacotes, com todos aqueles items que forem precisos para o seu uso imediato.
Entre as necessidades do momento, podem ser mencionadas aeronaves de combate, lanchas, blindados, radares, e uma grande lista, a qual poderia se tornar numa oportunidade para muitos grupos do setor Defesa, hoje sentindo o rigor da crise econômica europeia, se contrapondo ao atual auge da economia paraguaia.
Uma das principais carências das FFAA seria a falta de satélites para captar imagens em tempo real, um investimento próximo aos 200 milhões de dólares, de acordo com os próprios militares, que analisam também a opção de alugá-lo para outro país, de ser obtida a aprovação apropriada

Também as autoridades estão buscando  equipamentos de guerra eletrônica para controlar e desenvolver medidas e contra medidas. Outra necessidade sentida, que deve ser imediatamente corrigida é a falta de UAV para as diferentes forças. Atualmente está sendo analisado o mercado para onde decidir a compra. Veículos de reconhecimento tático, veículos blindados, são outros dos elementos importantes que precisam neste momento, as Forças Armadas do Paraguai. (Tomas Velazquez, correspondente no Paraguai).

Fonte: Defensa.com

Falta de militares preocupa Forças Armadas do Paraguai

Milicos

Por, Dante Quadra

Com uma população de 6,687 milhões de habitantes, conforme o último recenseamento demográfico feito em 2012, o Paraguai começa a se preocupar com o baixo número de jovens dispostos a seguir carreira militar. Atualmente as Forças Armadas da Nação contam com 17.761 homens, sendo 13,346 oficiais e apenas 4.370 soldados.

Na tentativa de trazer mais jovens ao trabalho militar, as Forças Armadas começaram uma campanha para restabelecer o Serviço Obrigatório. Para isso, o comando das Forças Armadas do país vizinho tenta chamar os interessados oferecendo um salário mínimo, que no Paraguai é de 1.658.232 guaranis por mês (US$ 385), além de alojamento, instruções, comida, serviço de saúde e a oportunidade de aprender alguma profissão, como carpintaria, eletricista, mecânica ou encanamento.

Para servir ao país, o cidadão precisa ter 18 anos e apresentar identidade ou certidão de nascimento. Para servir às forças armadas, seja Exército, Marinha ou Aeronáutica, a pessoa precise ser de nacionalidade paraguaia. No entanto, muitos militares se confundem com brasileiros, tanto na aparência, quanto pelo sotaque. Acontece que a maior colônia de estrangeiros no Paraguai é a brasileira e muitos desses descendentes, conhecidos como brasiguaios, optaram por servir voluntariamente a terra adotada pelos pais.

Fonte: Rádio Cultura Foz do Iguaçu

Maduro denuncia ‘provocações’ da Guiana e defende mediação da ONU em litígio

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou nesta terça-feira ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, as “provocações” do presidente da Guiana, David Granger, e pediu que inicie o mais rápido possível uma comissão para intermediar o conflito bilateral pelo Essequibo.

Em declarações aos jornalistas na sede da ONU em Nova York, Maduro afirmou que Ban aceitou sua proposta e se comprometeu a “ativar uma comissão imediatamente” para que visite Venezuela e Guiana a fim de impulsionar uma resolução “através do Acordo de Genebra”.

O presidente venezuelano, que considerou a reunião “muito frutífera”, disse que insistiu com Ban sobre “a necessidade de uma diplomacia de paz” e de “continuar canalizando todos os assuntos pendentes da Guaiana Essequiba” através do acordo selado em 1966.

O Acordo de Genebra estabelece uma série de passos para a resolução do conflito territorial que até hoje não foram cumpridos.

Venezuela e Guiana reivindicam a posse do Essequibo, um território de 160 mil quilômetros quadrados rico em recursos naturais, assim como suas águas.

As difenças se intensificaram depois que, em maio, a companhia petrolífera americana Exxon Mobil descobriu uma jazida em águas que supostamente estão na região do litígio, o que Maduro respondeu com um decreto que, segundo Guiana, modifica as fronteiras já estabelecidas com um laudo arbitral.

Segundo Maduro, o chefe da ONU propôs hoje uma possível reunião com o presidente Granger em setembro, quando sera celebrado o aniversário de 70 anos das Nações Unidas.

Maduro lembrou que na última Cúpula do Mercosul foi acordado propor uma reunião de presidentes da Unasul, da qual fazem parte tanto Venezuela como a Guiana, para tratar o conflito. No entanto, disse que foi informado “extraoficialmente que o presidente Granger se nega a comparecer” a essa possível reunião.

O presidente venezuelano acusou Granger tomar “decisões graves” contra o previsto no acordo de 1966 e de “enchr de tensão as relações entre Guiana e Venezuela e as relações do Caribe, que vêm transcorrendo em paz e tranquilidade”.

Segundo Maduro, a Exxon Mobil é o “fator perturbador principal que levou as relações a esta máxima tensão”.

Fonte: Força Terrestre

MADURO AMEAÇA INVADIR BRASIL SE DILMA CAIR [VÍDEO]

Notem a cara dos oficiais generais brasileiros que não gostaram nem um pouco do discurso.

VENEZUELA – O PAPELÃO DA DIPLOMACIA BRASILEIRA

Venezuela Flag

Publicado Gazeta do Povo – Paraná

Já são 28 os mortos desde o início dos protestos contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela, segundo dado atualizado pela Promotoria do país. Existem evidências suficientes de que por trás de muitas das mortes estão os chamados “coletivos”, milícias armadas e motorizadas que ganharam um endosso especial de Maduro quando, em 5 de março, primeiro aniversário da morte de Hugo Chávez, o ditador falou em cadeia nacional de rádio e televisão e pediu ao povo, em especial aos grupos chavistas, que seguissem “a ordem do comandante Hugo Chávez: vela que se acende, vela que apagamos com o povo organizado para garantir a paz a nosso país”.

Não tanto um chamado à concórdia, mas à repressão contra os manifestantes para garantir uma paz baseada no silêncio da oposição. Enquanto a Venezuela sofre sob a ditadura chavista, a maioria dos vizinhos latino-americanos encena um teatro que faz deles cúmplices das mortes de venezuelanos. E nessa farsa o Brasil, infelizmente, exerce papel de protagonista.

Em fevereiro, a presidente Dilma já tinha dito, na Bélgica, que “não cabe ao Brasil discutir o que a Venezuela tem a fazer, até porque seria contra a nossa política externa. Não nos manifestamos sobre a situação interna de nenhum país” – hondurenhos e paraguaios certamente teriam muito a dizer sobre a “não interferência” brasileira em seus assuntos.

O Brasil já tinha assinado uma nota absurda do Mercosul em apoio ao governo de Nicolás Maduro. Mas os acontecimentos dos últimos dias tornam ainda mais vergonhosa a atuação da diplomacia brasileira, que já foi uma das mais respeitadas do mundo, mas agora vive de joelhos diante da ideologia bolivariana.

O Brasil, por exemplo, ajudou a barrar, no dia 7, o envio de uma missão daOrganização dos Estados Americanos (OEA) à Venezuela. O argumento pífio do Itamaraty era o de que o fato de a entidade incluir os Estados Unidos desaconselhava uma ação da OEA. Em outras palavras, só os aliados ideológicos de Maduro teriam a isenção suficiente para analisar a convulsão social venezuelana.

Em vez disso, foi aprovada uma resolução insossa, quase condescendente com o governo chavista, como se Maduro estivesse realmente disposto ao diálogo e à reconciliação – apenas Estados Unidos, Canadá e Panamá se opuseram ao texto.

Em vez da OEA, entrou em ação a União das Nações Sul-Americanas (UNASUL), quase uma organização-satélite do bolivarianismo, presidida pelo ex-ditador e atual presidente do Suriname, Dési Bouterse, contra o qual existe até um mandado internacional de prisão por tráfico de drogas. Na quinta-feira, os chanceleres dos países membros da entidade assinaram mais uma nota em que respaldam os “esforços do governo da República Bolivariana da Venezuela para promover um diálogo entre o governo, todas as forças políticas e atores sociais” – embora os únicos esforços governamentais feitos até agora são os de prender opositores e colocar os “coletivos” para disparar contra manifestantes, ações que não são nem sequer mencionadas no texto, duramente criticado pelo que sobrou da oposição venezuelana.

Agora, a UNASUL pretende enviar “mediadores” à Venezuela, medida aplaudida pelo chanceler venezuelano, Elías Jaua. Antes da nota da entidade, a oposição venezuelana já havia pedido à Unasul que olhasse com objetividade para a aflição da Venezuela. A nota de quinta-feira mostrou que a súplica passou em branco, ampliando o temor de que o grupo de mediadores, influenciado pelo bolivarianismo, já tenha praticamente prontas suas conclusões antes mesmo de colocar os pés no país, dando seguimento à farsa de que a diplomacia brasileira parece participar com alegria.

 

Fonte: Gazeta Via Defesanet