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potencial nuclear da Rússia destrói projeto geopolítico dos EUA

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Movendo-se para as fronteiras da Rússia por meio do fortalecimento das forças da OTAN nos Estados bálticos, Washington encontrou um obstáculo sério – a crescente vontade de Moscou de estabelecer a paridade nuclear, escreve o ex-diplomata indiano e analista político Melkulangara Bhadrakumar.

Ele observa que o Departamento de Defesa dos EUA está estudando a possibilidade de colocar equipamento militar pesado na Polônia, Romênia, Letônia, Lituânia, Bulgária e Estônia — os países que o ex-chefe do Pentágono, Donald Rumsfeld, chamou uma vez sarcasticamente de “Nova Europa”. Na verdade, esses Estados fazem parte dos planos do Pentágono de expandir a aliança para leste.

Não é surpreendente que Moscou tenha reagido às declarações de Pentágono rápida e bruscamente, escreve o analista. O presidente Vladimir Putin anunciou planos para reforçar as forças nucleares estratégicas da Rússia. Neste ano sua estrutura irá incluir mais de 40 novos mísseis balísticos intercontinentais, estando também prevista a criação de um novo radar de deteção de alvos aéreos na direção leste.

“Os Estados Unidos não conseguem mais manter a compostura ao verem como a Rússia prossegue uma política de desafio estratégico contra a hegemonia americana. A independência de Moscou na arena internacional não só impede a implementação de políticas regionais de Washington, mas também dá um ‘mau exemplo’ para outros países que buscam implementar políticas soberanas”, nota Bhadrakumar.

A intenção da Rússia de estabelecer a paridade nuclear, acredita o analista, inviabiliza o projeto geopolítico dos EUA do “Novo Século Americano”. A velha política americana de contenção (da época da Guerra Fria) está desatualizada. A nova estratégia dos EUA é brinkmanship (manutenção de uma situação perigosa até à iminência de um desastre) que já se manifestou na Ucrânia e nas intenções de Washington de aumentar a presença militar na Europa.

O analista político também observa que a “tempestade iminente” na Europa poderá ter consequências para a segurança no sul da Ásia. Por exemplo, a implantação de sistemas de defesa antimísseis dos EUA nos países vizinhos da Índia já se tornou problemática.
Fonte: sputniknews

Putin diz que Rússia está reforçando o arsenal nuclear

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira (16) que a Rússia vai acrescentar mais de 40 novos mísseis balísticos intercontinentais a seu arsenal nuclear este ano.

Putin fez o anúncio um dia depois de autoridades da Rússia repudiarem um plano dos Estados Unidos para posicionar tanques e armamento pesado em países da Otan ao longo da fronteira russa, que seria a manobra norte-americana mais agressiva desde a Guerra Fria.

“Mais de 40 novos mísseis balísticos intercontinentais capazes de superar até os sistemas de defesa antimísseis mais avançados tecnicamente serão acrescentados à composição do arsenal nuclear este ano”, afirmou Putin, flanqueado por oficiais do Exército, em um discurso durante uma feira militar e de armas.

Após o anúncio, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que a ação é perigosa e injustificada.

“É injustificado, é desestabilizador e perigoso”, comentou Stoltenberg em coletiva de imprensa organizada depois de um encontro com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em Bruxelas.

A tensão entre a Rússia e os EUA está alta em função da crise na Ucrânia, e Washington e Moscou discordam a respeito de uma variedade de temas.

Autoridades russas alertaram que Moscou irá retaliar se os EUA levarem a cabo o plano de armazenar equipamento militar pesado no leste europeu, incluindo os Estados bálticos que no passado fizeram parte da União Soviética.

Fonte:  Reuters

Marinha do Brasil inaugura Centro de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica

Marinha do Brasil inaugura Centro de Defesa Nuclear Biológica Química e Radiológica

A Marinha do Brasil (MB) realizou na ultima terça-feira dia 28, a cerimônia de ativação de seu Centro de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (CDefNBQR-MB), que está subordinado ao Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais. A nova Organização Militar (OM) está situada à Avenida Brasil, 13.476, na altura de Parada de Lucas, Rio de Janeiro – RJ, na mesma região onde está localizado o Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CTecCFN) e o Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão (CAAML).

Marinha do Brasil inaugura Centro de Defesa Nuclear Biológica Química e Radiológica.3

O Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante-de-Esquadra (FN) Fernando Antonio de Siqueira Ribeiro, exaltou a importância da Organização Militar na estrutura organizacional da MB. A Marinha do Brasil verificou a necessidade de dispor de uma Organização Militar capaz de coordenar e integrar, de forma sistemática, as atividades de Defesa NBQR no âmbito da Força, permanecendo em condições de coordenar e integrar essas mesmas atividades no âmbito do Ministério da Defesa.

Marinha do Brasil inaugura Centro de Defesa Nuclear Biológica Química e Radiológica.4

O CDefNBQR-MB possui um efetivo de 21 militares, que estão divididos em três departamentos: um técnico, responsável pela parte doutrinária de Defesa NBQR; um de capacitação, no Brasil e no exterior; e um de material, em apoio ao Comando do Material de Fuzileiros Navais, para aquisição e acompanhamento de materiais empregados.

Marinha do Brasil inaugura Centro de Defesa Nuclear Biológica Química e Radiológica.2

O Capitão-de-Mar-e-Guerra (FN) Carlos Jorge de Andrade Chaib foi designado o Comandante da nova unidade e destaca os desafios que terá pela frente. A Organização Militar será responsável por dar as diretrizes da parte NBQR para toda a Marinha do Brasil, para uniformizar procedimentos, doutrina e promover a formação de massa crítica, que é um dos aspectos mais importantes nessa área. É demorado, não é simples e requer muito trabalho de todos os setores da Força -, conclui.

FONTE : Comando Geral do Corpo de Fuzileiros Navais

Irã quer concessões nucleares em troca para combater Estado Islâmico

O Irã está pronto para trabalhar com os Estados Unidos e seus aliados para combater os militantes Estado Islâmico, mas gostaria de ver mais flexibilidade com o programa de enriquecimento de urânio do Irã, autoridades iranianas disseram à agência Reuters neste domingo (21).

Os comentários das autoridades, que pediram para não ser identificadas, destacam a dificuldade para as potências ocidentais manterem as negociações nucleares separadas de outros conflitos regionais. O Irã exerce influência na guerra civil da Síria e no governo iraquiano, que está lutando contra o avanço dos combatentes do Estado Islâmico.

O Irã enviou sinais contraditórios sobre sua vontade de cooperar na luta contra o Estado Islâmico, um grupo sunita radical que apreendeu grandes faixas de território em toda a Síria e Iraque e é responsabilizado por uma onda de violência sectária, decapitações e massacres de civis.

O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, disse recentemente ter vetado uma proposta dos EUA ao Irã para trabalharem juntos contra o Estado Islâmico, mas autoridades norte-americanas disseram que não houve tal pedido. Oficialmente, tanto Washington quanto Teerã descartam a possibilidade de cooperar militarmente na luta contra a ameaça.

Mas, em particular, as autoridades iranianas têm manifestado vontade de trabalhar com os EUA contra o Estado Islâmico, embora não necessariamente no campo de batalha.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse na sexta-feira (19) que o Irã tem um papel a desempenhar na derrota Estado Islâmico, indicando que a posição norte-americana também pode estar mudando.

“O Irã é um país muito influente na região e pode ajudar na luta contra os terroristas do ISIL (Estado Islâmico e Levante). Mas é uma via de mão dupla. Você dá algo e você recebe alguma coisa”, disse uma autoridade iraniana.

“O ISIS é uma ameaça à segurança mundial, não o nosso programa (nuclear), que é um programa pacífico”, acrescentou a autoridade.

Teerã rejeita as alegações ocidentais de que está acumulando a capacidade de produzir armas atômicas sob a cobertura de um programa civil de energia nuclear.

Outra autoridade iraniana corroborou os comentários. Ambas disseram que gostariam que os EUA e seus aliados ocidentais mostrassem flexibilidade sobre o número de centrífugas atômicas que Teerã poderia manter sob qualquer acordo de longo prazo que levante as sanções em troca de restrições no programa nuclear de Teerã.

“Ambos os lados podem mostrar flexibilidade, que vai levar a um número aceitável para todos”, disse a autoridade iraniana.

‘Improvável’
Representantes ocidentais disseram à Reuters que o Irã não havia cogitado essa ideia nas negociações nucleares com os EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China, retomadas em Nova York na sexta-feira.

Diplomatas próximos às negociações dizem que é improvável que se estabeleça em Nova York um acordo de longo prazo que retire as sanções em troca de cortes no programa nuclear iraniano.

As autoridades ocidentais disseram que seria difícil até mesmo discutir a questão nas negociações e que os EUA e seus aliados estão determinados a manter o foco exclusivamente nas questões atômicas, com a data limite 24 de novembro para um acordo se aproximando.

“Estamos vendo com a aproximação do fim das negociações que os iranianos se sentem tentados a trazer outros assuntos para a mesa”, disse um diplomata ocidental.

“Às vezes, eles indicam que, se não houver um acordo (nuclear), os outros processos na região seriam mais complicados”, acrescentou. “Os seis estão determinados a não levar os outros assuntos para a mesa de negociações nuclear.”

FONTE: G1

Empresa russa deve se associar ao programa nuclear brasileiro

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Com a participação da Rosatom, governo de Vladimir Putin acena com financiamento de até US$ 2 bilhões. O presidente Putin virou o jogo. A russa Rosatom deverá ser parceira do programa nuclear brasileiro – lugar que, até então, parecia destinado à francesa Areva. Segundo uma alta fonte do Ministério de Minas e Energia, Dilma Rousseff e o presidente russo alinhavaram os pontos centrais do acordo no recente encontro que tiveram em Brasília. A palavra de Putin fez a diferença. Ao contrário dos franceses, que, até agora, acenaram apenas com promessas e intenções, ele chegou a Brasília com fatos objetivos, prazos e, sobretudo, cifras, segundo informa o Relatório Reservado. Por meio do Eximbank local, o governo russo apresentou garantias firmes para o financiamento de projetos de geração nuclear no Brasil. De acordo com a mesma fonte, os valores sobre a mesa giram em torno de US$ 2 bilhões.

O RR apurou ainda que, em setembro, uma delegação de engenheiros da Rosatom vai desembarcar no país. Os russos farão visitas técnicas às usinas Angra 1 e 2 e às obras de construção de Angra 3. Está programada também a formação de um grupo de estudos com representantes da Eletronuclear e da Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Em dezembro, será a vez de técnicos das duas empresas visitarem instalações da Rosatom no Leste Europeu. Até lá é provável que a estatal russa já tenha aberto um escritório no Brasil.

As negociações com a Rosatom passam pela transferência de tecnologia e pela própria entrada da companhia na operação das três usinas de Angra dos Reis. Por outro lado, o acordo envolve as contrapartidas de praxe, a começar pela venda de equipamentos e serviços de engenharia e a consequente instalação de um cinturão de fornecedores de origem russa no país. A Rosatom pretende também participar da exportação de urânio. O Brasil poderá se aproveitar da ampla rede comercial da companhia, notadamente na Europa, para acessar novos mercados. E o processo de enriquecimento de urânio, uma questão absolutamente nevrálgica, que envolve a própria segurança nacional? Os russos não terão qualquer ingerência sobre a operação, a cargo da Marinha. Melhor assim. Será uma forma de evitar eventuais resistências da área militar, que, por razões óbvias, sempre se mostrou mais simpática a um acordo com a Areva.

Por falar em Areva, os franceses estrão perdendo uma partida que já davam como ganha. Em dezembro do ano passado, em meio a uma série de acordos bilaterais, os governos do Brasil e da França assinaram um convênio de cooperação na área nuclear. No entanto, de lá para cá as tratativas com a Areva praticamente não saíram do lugar. A promessa dos franceses de farto financiamento de um pool de bancos europeus segue no papel. Os estudos técnicos com a Eletronuclear e o INB pouco avançaram. Melhor para os russos, que souberam se aproveitar deste vácuo.

FONTE: Segs

Irã nega plano de mostrar instalações nucleares a diplomatas

O Irã afirmou nesta terça-feira não ter planos de mostrar suas instalações nucleares a diplomatas que estão em visita ao país para uma cúpula do Movimento dos Não-Alinhados (MNA), contradizendo, assim, uma oferta feita anteriormente pelo vice-ministro de Relações Exteriores, Mohammad Mehdi Akhoundzadeh.

“Nós não temos nenhum plano específico para uma visita a instalações nucleares por parte de convidados estrangeiros que participam da cúpula dos países não-alinhados”, disse o porta-voz da chancelaria iraniana, Ramin Mehmanparast, segundo a agência estatal de notícias Irna.

Akhoundzadeh deu a entender na segunda-feira que o Irã poderia deixar diplomatas participantes da cúpula visitarem a base militar de Parchin, que a agência da ONU de supervisão nuclear diz que pode ter sido usada para experimentos de explosivos relacionados com atividade nuclear.

Diplomatas ocidentais rejeitaram a possível oferta, feita pouco depois que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) fracassou novamente em sua tentativa de obter acesso de seus inspetores a Parchin, durante um encontro com uma delegação iraniana em Viena, na sexta-feira.

“Qualquer visita conduzida pelos iranianos com autoridades do MNA seria nada mais do que um golpe publicitário muito, muito ruim”, disse à Reuters um proeminente diplomata em Viena. “É a AIEA que deveria ter acesso a Parchin.”

O representante do Irã na AIEA, Asghar Soltanieh, reiterou a determinação de seu país de manter o processo de enriquecimento de urânio. “Nós não vamos suspender o enriquecimento nem mesmo por um segundo”, afirmou ele, segundo a agência iraniana estudantil de notícias.

Urânio enriquecido pode ser usado para alimentar usinas de energia ou, se for mais processado, em armas nucleares.

 

Fonte: Terra