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‘Misteriosamente’ Exército como todo seu aparato começa se deslocar para Brasília e Santa Catarina


Nesse quadro, a Operação Acanto contará com a 5ª RM mobiliando um Comando Logístico da Força Terrestre Componente, responsável pelo desdobramento de uma Base Logística Terrestre e de três Destacamentos Logísticos, tudo em apoio às Grandes Unidades e às organizações militares desdobradas no campo de instrução.


Veja dentro da matéria todas as fotos de deslocamento e armamento do exército. Exército não confirma que deslocamento seria por motivos da crise do Brasil e lança nota dizendo que apenas será umtreinamento. Porém um soldado, cujo a identidade será preservada, disse a equipe do PENSA BRASIL que o comando final está sendo mantido em segredo e que a operação é “POLÍTICA”
A 5ª Divisão de Exército (5ª DE), por intermédio da 5ª Região Militar (5ª RM), está realizando o deslocamentoestratégico de meios para a Operação Bormann, que será realizada no Campo de Instrução Marechal Hermes (CIMH), em Três Barras (SC) e Brasília DF, entre os dias 10 e 23 deoutubro de 2015. O deslocamento consta de transporte de blindados e de material de emprego militar de Artilharia, por meioferroviário e rodoviário, a cargo da organização militar constituída para o Exercício, a 5ª Companhia de Transporte, sob o comando do também constituído 5ª Grupamento Logístico. Os meiosestão sendo concentrados no 5º Regimento de Carros de Combate, localizado em Rio Negro (PR), onde permanecerão até o dia 5 de outubro, data em que se inicia o deslocamento operacional até o CIMH.

Os meios militares empregados na operação provêm do 20º Batalhão de Infantaria Blindado (Curitiba/PR), com o M113 BR; do 5º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado (Curitiba/PR), com o Obuseiro VBC M108; do 15º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado (Lapa/PR), como VBC OAP M109; da Bateria de Comando da Artilharia Divisionária da 5ª DE (Curitiba-PR), com o M113 B; do 12ª Grupo de Artilharia de Campanha (Jundiaí/SP), com o Obuseiro M 114; do 2º Grupo de Artilharia de Campanha (Itu/SP), com o Obuseiro M 56; do 20º Grupo de Artilharia de Campanha Leve (Barueri/SP), com o Obuseiro M 56 e o Mrt P 120mm; do 26º Grupo de Artilharia de Campanha (Guarapuava/PR), com o Obuseiro Light Gun L118; da 11ª Bateria de Artilharia Antiaérea Blindada (Ponta Grossa/PR), com o Gepard; e do 33º Batalhão de Infantaria Mecanizada (Cascavel/PR), com a Viatura Blindada Transporte de Pessoal – Média de Rodas Guarani.

A Operação Bormann foi concebida num quadro de Defesa Externa, no período de Adestramento Avançado da 5ª DE. Nesse contexto estão inseridas as Operações Acanto, Setembrino de Carvalho, Aço e Silva Paes, que ocorrerão de forma integrada, atendendo aos objetivos de adestramento estabelecidos no Contrato de Objetivos do Comando de Operações Terrestres 2015.

Nesse quadro, a Operação Acanto contará com a 5ª RM mobiliando um Comando Logístico da Força Terrestre Componente, responsável pelo desdobramento de uma Base Logística Terrestre e de três Destacamentos Logísticos, tudo em apoio às Grandes Unidades e às organizações militares desdobradas no campo de instrução. A Operação Setembrino de Carvalho visa ao adestramento dos sistemas de fogos da Artilharia Divisionária da 5ª DE por meio de exercício de tiro no CIMH. Já as Operações Aço e Silva Paes constituem-se de exercício no terreno, no qual a 5ª Brigada de Cavalaria Blindada e a 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, respectivamente, empregarão seus meios em um quadro de defesa móvel.

Fonte:  DE

Classificação de países de acordo com as suas capacidades militares, ano 2015

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NOTA DO PLANO BRASIL, por Gérsio Mutti: Segundo a lista da Global Firepower (GFP) anual de  2012 (*), o Brasil ocupava a décima primeira (11ª) posição, estando atrás, por ordem de poderio militar, dos EUA, Rússia, China, Índia, Inglaterra, Turquia, Coreia do Sul, França, Japão e Israel.

Em apenas três (3) anos (2012 – 2015), o Brasil caiu 11 posições, passando a ocupar a vigésima segunda (22ª) posição na lista da Global Firepower (GFP) anual de  2015 (**).

(*) Pakistan Defence, 14/04/2012 – [ http://defence.pk/threads/how-accurate-do-you-think-global-fire-power-is.172771/ ].

(**) Lista da Global Firepower (GFP) anual de 2015 – [ http://www.globalfirepower.com/countries-listing.asp ].

Em tempo: No último dia 24/09/2015, o Sr. Comandante do Exército (EB), General-de-Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas (https://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Dias_da_Costa_Villas_B%C3%B4as), afirmou na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal da República: Podemos retornar a uma situação de 30, 40 anos atrás, quando éramos a oitava maior indústria de Defesa do mundo, e tudo foi perdido. Mais dois anos nessa situação e todo o esforço pode se perder’

https://guerraearmas.wordpress.com/2015/09/25/brasil-corre-risco-de-regredir-40-anos-na-defesa-alerta-comandante-do-exercito-brasileiro/

Brasil corre risco de regredir 40 anos na Defesa, alerta comandante do Exército Brasileiro

 O comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas

O comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas, alertou hoje (24), em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), que todos os projetos da área da Defesa vem sofrendo com fortes atrasos por causa dos cortes orçamentários e que isso representa um “risco real” de uma grande regressão nessa área.

— Podemos retornar a uma situação de 30, 40 anos atrás, quando éramos a oitava maior indústria de Defesa do mundo, e tudo foi perdido. Mais dois anos nessa situação e todo o esforço pode se perder — alertou durante o debate, sugerido pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).

O comandante do Exército fez questão de defender o ministro da Defesa, Jaques Wagner, que, na opinião dele, tem se esforçado para reduzir o impacto desses cortes sobre a pasta. Villas Bôas garantiu que o ministro tem pleno conhecimento do quadro hoje existente.

Diante da gravidade dessa situação, o presidente da CRE, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), informou que vai buscar junto ao Ministério da Defesa e ao próprio Exército definir quais projetos são os prioritários, para que recebam as emendas da Comissão no Orçamento 2016.

Relator do Livro Branco da Defesa — documento público que expõe a visão do governo sobre o tema da defesa, a ser apresentado à comunidade nacional e internacional —, Ricardo Ferraço criticou Jaques Wagner por, segundo ele, estar hoje mais envolvido com a crise política do que com a crise que atinge a própria indústria de Defesa no país. O senador Informou que há vários dias vem tentando se reunir com o ministro, “mas sem sucesso”.

Fronteiras

Um dos principais pontos abordados durante a reunião foi o atraso na implantação do Sistema Integrado de Monitoramento das Fronteiras (Sisfron).

O programa começou a ser implantado em 2013, com prazo de conclusão de 10 anos, mas, segundo Ferraço, se for mantido o cronograma atual de repasses, esse projeto só estará finalizado daqui a 60 anos. O senador acredita que tudo que foi planejado e começou a ser realizado a partir da gestão de Nelson Jobim na pasta (2007-2011) está hoje “em colapso”.

— O quadro hoje é de desemprego, atraso tecnológico e perda de mercados em virtude da orgia fiscal praticada pelo governo em outras áreas — lamentou Ferraço.

Villas Bôas confirmou que o atraso no Sisfron também é o que mais lhe preocupa. Ele revelou que apenas 7,2% dos investimentos previstos até agora foram feitos.

Para o general, a atuação dos cartéis internacionais ligados ao tráfico de drogas é hoje a maior ameaça à sociedade brasileira. O Sisfron será um elemento forte de dissuasão e combate à atuação desses grupos quando estiver em funcionamento. E para o general, hoje milhões de brasileiros sofrem a consequência direta do desguarnecimento das fronteiras, por onde entra a droga responsável por 80% da criminalidade urbana, segundo dados da Polícia Federal.

De acordo com o comandante do Exército, já foi detectada a atuação desses cartéis na região amazônica, inclusive com a plantação e cultivo de drogas na região fronteiriça.

— Isso é extremamente preocupante, pois são grupos muito violentos e com um grande poder de corrupção das instituições — informou, temendo que ocorra em nosso país fenômenos que já fazem parte do cotidiano de outra nações latinas.

Programas em atraso

Indagado pelos senadores, o general Eduardo Villas Bôas detalhou o atraso existente em outros programas.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) mostrou sua preocupação com a grande vulnerabilidade existente no país na área de defesa cibernética. Ela citou especificamente o caso de espionagem feita pela Agência Nacional de Segurança dos EUA sobre a presidente Dilma Rousseff e outras autoridades.

O general concordou e classificou essa área hoje como “fundamental”. Apenas durante a Copa do Mundo, revelou o comandante do Exército, foram neutralizados 756 ataques contra o aparato cibernético utilizado na organização do evento. E disse que a maior utilidade de se preparar nessa área é o resguardo de sua infraestrutura industrial.

VIllas Bôas também destacou a grande ameaça que ronda hoje todos os programas relacionados ao desenvolvimento de mísseis, foguetes e blindados. O comandante reiterou que um país que é a oitava maior economia do mundo, relevante em nível mundial e com a presença de efetivos em diversas nações (Haiti, Líbano, Congo e outras), não pode ficar desguarnecido.

— São áreas geradoras de empregos altamente qualificados e grandes exportadoras — frisou.

Democracia

Os senadores pediram a opinião do general sobre a presença de manifestantes em protestos populares que pedem o “retorno do regime militar”. Para ele, a sociedade brasileira amadureceu democraticamente e “não precisa ser tutelada”. Para ele, parte desses manifestantes na verdade clamam por gestões baseadas em valores, e que a classe militar seria percebida por eles como “portadores desses princípios”.

— Temos compromisso com a legalidade e com a estabilidade, jamais seremos agentes de instabilidade. Nossa missão é clara e determinada pela Constituição — definiu Villas Bôas, recebendo elogios dos senadores Aloysio Nunes Ferreira, Ana Amélia, Tasso Jereissati (PSDB-CE), Edison Lobão (PMDB-MA) e José Agripino (DEM-RN).

FONTE: Agência Senado

Suécia recebe os primeiros engenheiros brasileiros que vão trabalhar no novo caça Gripen


EMBRAER VAI ENVIAR 44 DOS 46 ENGENHEIROS E TÉCNICOS QUE FARÃO PARTE DO GRUPO PIONEIRO DE TRABALHO PARA A PRODUÇÃO DOS JATOS COMPRADOS PELO BRASIL


Saab Gripen NG Demo - foto Saab

Um grupo de 46 engenheiros e técnicos brasileiros começa a trabalhar na Suécia a partir do dia 19 de outubro. Eles são funcionários das empresas Embraer, de São José, e AEL Sitemas, de Porto Alegre.
Embora alguns engenheiros da Embraer já estejam na sede da sueca Saab, os 46 profissionais serão oficialmente os pioneiros para o início do programa de fabricação dos caças supersônicos Gripen NG, que serão produzidos pela Saab para equipar a FAB (Força Aérea Brasileira).
O contrato de compra dos jatos inclui transferência de tecnologia para o Brasil, sob a coordenação da Embraer.
Começa a valer agora, na prática, o contrato entre o Brasil e a Suécia, efetivado oficialmente há duas semanas.
Serão 36 caças supersônicos Gripen NG de última geração, capazes de voar duas vezes a velocidade do som.
A última pendência do contrato, o financiamento, também foi concluída há um mês. O contrato é de US$ 4,7 bilhões, dos quais US$ 245,3 milhões são para a compra de armamentos para os jatos.

Grupos. Os técnicos e engenheiros brasileiros irão em grupos ao longo dos próximos anos. Em outubro, irão 44 funcionários da Embraer e 2 da AEL. Segundo a Embraer, até 2020, a empresa vai enviar 280 funcionários para a sede da Saab para atuar no projeto.
De acordo com a Embraer, irão para a Suécia engenheiros e operadores de produção, de 2015 a 2020. A empresa informou que a permanência dos funcionários na Suécia pode durar de 6 a 24 meses.
Segundo a Saab, o tempo de permanência do primeiro grupo na Suécia deve ser de 12 meses. No início, haverá uma variedade de treinamentos teóricos e a maioria dos técnicos e engenheiros também irá participar do treinamento prático (on-the-job), no desenvolvimento do Gripen –uma formação mais especializada dentro do mesmo projeto que os engenheiros da Saab.

WAD Protótipo

Produção. A Embraer será a responsável no Brasil pelo programa de transferência de tecnologia. A Embraer também vai coordenar as atividades de produção dos caças no Brasil. A empresa será responsável pelo desenvolvimento completo da versão de dois lugares do Gripen NG. A montagem final dos jatos será feita na fábrica de Gavião Peixoto.

A AEL é responsável pelo programa de sistemas avi-ônicos do Gripen. A empresa foi confirmada no programa em fevereiro, quando assinou com a Saab um contrato para a transferência de tecnologia.
A AEL foi selecionada para fornecer o WAD (Wide Area Display), o HUD (Visor Frontal) e o HMD (Helmet Mounted Display – capacete com visor), que será integrado ao Gripen NG para o Brasil como parte do contrato F-X2.
O trabalho da AEL deve durar quatro anos e inclui o desenvolvimento, a integração e o trabalho de produção, que serão realizados em Porto Alegre. A integração do sistema será feito pela SAAB e pela Embraer.

Marco
. Para a Saab, a chegada dos técnicos e engenheiros brasileiros é um marco no programa dos caças para a FAB.
“Este importante acontecimento marca o início formal do programa Gripen NG brasileiro. Agora vamos trabalhar a toda velocidade para garantir as entregas no prazo determinado”, afirmou Häkan Buskhe, presidente e CEO da Saab.

Perfil. O Gripen é uma aeronave de combate multimissão, capaz de realizar todas as missões ar-ar e ar-solo, incluindo tarefas especializadas, como de inteligência, vigilância, aquisição de alvos e reconhecimento e guerra eletrônica.
O Gripen está equipado com os mais modernos sensores e sistemas de missão, incluindo um radar de varredura eletrônica ativa e um sistema de busca e rastreamento infravermelho. O caça deve substituir os F-5 da FAB.

Gripen NG montagem com cores da FAB - imagem K Tokunaga - Saab

Entregas
Primeiros caças chegam em 2019
A entrega dos caças supersônicos Gripen NG deve começar em 2019 e terminar em 2024. A montagem final dos jatos no Brasil será feita na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto. Dois pilotos brasileiros –Gustavo Pascotto e Ramon Forneas– foram os primeiros a serem treinados para pilotar o caça, na Suécia. Outros pilotos da FAB devem ser treinados.

Fonte: Poder Aéreo

Servidores do Inpe, do DCTA e do CEMADEN pedem a Rebelo que programa espacial vire ‘Programa Estratégico de Estado’

AldoInpe

O calvário dos servidores civis do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), que tentam manter sua motivação e auto-estima em meio à clara falta de prioridade do Programa Espacial Brasileiro (PEB), ganhou mais um capítulo na última sexta-feira (11.09), na cidade paulista de São José dos Campos – principal pólo da indústria aeroespacial do país.

Nessa data, durante a solenidade de comemoração de mais um aniversário do Inpe, o presidente do Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia no Setor Aeroespacial (SindCT), Ivanil Elisiário Barbosa, procurou o ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, para entregar-lhe uma carta aberta (cujo texto foi colocado no site do SinCT).

A correspondência historia o descaso oficial com o Programa Espacial, acusa o governo federal de estar permitindo a desnacionalização do setor, e pede que Aldo Rebelo se empenhe para transformar o PEB em “Programa Estratégico de Estado”.

A seguir, a íntegra da carta dirigida a Rebelo (nome sempre lembrado para substituir o atual ministro da Defesa, Jaques Wagner, caso este seja removido para outro posto, mais ligado à articulação política da presidenta Dilma Roussef):

CARTA ABERTA DO SINDCT AO MINISTRO ALDO REBELO

São José dos Campos, 4 de setembro de 2015.

Ao Excelentíssimo Senhor

JOSÉ ALDO REBELO FIGUEIREDO

Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI

O Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia no Setor Aeroespacial (SindCT), em nome dos servidores do INPE, DCTA e CEMADEN, aproveitando a visita de V. Exa. ao INPE na ocasião de seu 54º aniversário, vem externar a V. Exa. um balanço sintético que vimos construindo ao longo dos últimos anos acerca dos rumos do Programa Espacial Brasileiro (PEB).

Como é do conhecimento de V. Exa., o PEB tem seus primórdios no Brasil em meados da década de 1950, com a criação do ITA e do IAE, ambos pertencentes ao CTA (hoje DCTA), e, em 1961, com a criação do Gocnae, que viria a se transformar no INPE. Desde então tem cabido fundamentalmente ao IAE e ao INPE a responsabilidade pela execução das atividades previstas no Plano Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).

Ao longo destas mais de seis décadas o PEB experimentou períodos de grande efervescência, com o desenvolvimento da família de foguetes de sondagem Sonda pelo IAE, a criação do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), a implantação da infraestrutura necessária para o projeto, fabricação e teste de satélites no INPE, culminando com a aprovação da chamada Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), em 1980, quando o país se impôs a meta de dominar o ciclo completo de acesso ao espaço, com a colocação de um satélite em órbita, por meios próprios, a partir do território nacional. Conforme lembrado por V. Exa. em discurso proferido aos formandos da pós-graduação do ITA em junho deste ano, a MECB foi abandonada sem alcançar o objetivo a que se propunha.

Hoje o PEB vive um paradoxo: apesar de os recursos destinados ao PNAE terem saltado de menos de R$ 100 milhões em 2000, para mais de R$ 300 milhões anuais, nunca esteve tão abandonado e enfraquecido em termos de planejamento, objetivos e metas a serem alcançadas, a ponto do Plano Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) ser conhecido jocosamente no meio técnico como uma “peça de ficção científica”, já que nenhuma de suas metas foram alcançadas, seja no tempo previsto, seja em tempo algum.

Decisões estratégicas equivocadas têm trazido enormes desgastes ao PEB, dentre as quais destacam-se:

o acordo de salvaguardas que se tentou estabelecer com os EUA, em bases totalmente desvantajosas ao Brasil, em que o país abriria mão da própria soberania sobre sua base de lançamento em Alcântara. Tal projeto de acordo foi corretamente rechaçado pelo ex-presidente Lula e pelo Congresso Nacional;

a participação do Brasil no programa da Estação Espacial Internacional (ISS), que desviou os parcos recursos do PEB para o desenvolvimento de um único equipamento (que nunca chegou a ser entregue), com o compromisso de se ter a bordo da ISS um astronauta brasileiro (objetivo alcançado por meios alternativos, com a compra de uma passagem para a estação a bordo de um foguete russo, como vêm fazendo vários outros turistas espaciais);

a criação da estatal brasileiro-ucraniana Alcantara Cyclone Space (ACS), que previa o lançamento comercial de satélites por meio de um foguete ucraniano (Cyclone-4), a partir da base de Alcântara, projeto este que trouxe cerca de um bilhão de reais de prejuízos aos cofres públicos. Recém extinto sem que nenhum dos objetivos tenham sido cumpridos, os recursos drenados teriam sido muito importantes para o desenvolvimento do foguete nacional VLS, totalmente esquecido, sem recursos e sem equipes, inclusive gerenciais, capazes de fazê-lo avançar;

a criação da joint-venture Visiona Tecnologia S.A., entre a Embraer e a estatal Telebrás, que vem atuando apenas como intermediária na aquisição, inteiramente no estrangeiro, do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC-1), alijando de seu desenvolvimento não apenas o INPE, mas toda a indústria nacional que serve ao PEB.

Todos estes problemas são de conhecimento do governo e das autoridades competentes; basta ver os vários documentos de balanço do PEB elaborados nos últimos anos pela Comissão de Altos Estudos da Câmara dos Deputados, pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, além das contribuições dos próprios profissionais que atuam no setor, por meio da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB) e deste SindCT, que mês a mês vem denunciando os inúmeros problemas por que passa o PEB.

Não há como eximir a Agência Espacial Brasileira dos pífios “resultados” do PEB, pois cabe à AEB o papel fundamental de orientar o governo sobre a política espacial do país, assim como gerir a execução das metas e projetos a que o país se prontificou a atingir. Se o Brasil errou e segue errando nos rumos estratégicos da política espacial, isso se deve antes de tudo a erros da AEB. Para tanto, consideramos urgente promover uma profunda estruturação desta agência, não apenas mudando os responsáveis por sua condução, mas também dotando-a de corpo técnico-administrativo à altura dos grandes desafios que o PEB tem pela frente.

O PEB precisa ser transformado em Programa Estratégico de Estado, em que o Governo Federal decida (e dê consequência) sobre o que espera para o país de um programa espacial autônomo. É o que tem feito, por exemplo, a Argentina, que mesmo enfrentando dificuldades de ordem política e econômica, tem investido cerca de 1,3 bilhão de dólares ao ano em seu programa espacial, ou seja, mais de 15 vezes o valor investido pelo Brasil. Como resultado, o país vizinho está lançando seu segundo satélite geoestacionário em 11 meses, satélites estes inteiramente projetados, montados e testados em solo argentino, além de terem retomado o projeto de seu foguete lançador de satélites, o Tronador II, que já passou por dois testes de voo em 2014.

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Externamos nosso total acordo com sua proposta de o país retomar a MECB, recolocando para o PEB as grandes metas ainda não atingidas na década de 1980. Somente com uma AEB forte e capacitada, recursos continuados e suficientes, fortalecimento do corpo técnico dos nossos institutos (INPE e DCTA) e, acima de tudo, com a decisão do Estado em se atingir a tão sonhada autonomia em todo o ciclo de acesso e uso do espaço, o país poderá mostrar resultados concretos na área espacial.

Por fim, Sr. ministro, este sindicato recebeu uma grave denúncia: na contramão da necessidade de se fortalecer o parque industrial aeroespacial brasileiro, a AEB teria decidido adquirir de “prateleira” o Satélite de Coleta de Dados Hidrológicos – SCD Hidro, satélite cujo domínio tecnológico o INPE já detém e que poderia plenamente ser produzido pela indústria brasileira. De acordo com esta denúncia, seria utilizado o mesmo modelo de contratação do satélite SGDC, com integração pela Visiona de um produto a ser adquirido integralmente da europeia Thales Alenia, sem transferência de tecnologia e sem participação da indústria nacional. Já teriam sido enviados emissários à França para as tratativas da aquisição.

Isto constitui uma sabotagem ao PEB, num momento em que a indústria aeroespacial brasileira está encolhendo, demite trabalhadores e desmonta sua infraestrutura. Respeitosamente solicitamos sua intervenção na averiguação destas informações para que haja um debate aprofundado desta questão antes que se subtraiam empregos brasileiros e que seja prejudicada a árdua jornada em busca do fortalecimento da soberania nacional.

Contamos com sua colaboração nesta ainda longa e distante jornada.

Ivanil Elisiário Barbosa

Presidente do SindCT

Nota da coluna INSIDER: O grifo no texto é nosso.

Fonte: Plano Brasil

Opinião – Porta-aviões, um bom problema

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Como sempre diz um amigo executivo de uma empresa nacional da área de defesa, ao se referir a negócios: “traga-me um problema; eu prefiro ter problemas a resolver, do que não ter um contrato e seus problemas.”

Daí minha correlação: uma Marinha que tem um porta-aviões tem um bom problema. Pior seria se não o tivesse (vide a derrocada da Armada Argentina (ARA) após dar baixa no seu 25 de Mayo).

O Brasil, face às restrições orçamentárias impostas à Marinha do Brasil (MB), vive um dilema nos dias de hoje: abolir o emprego de um porta-aviões? Modernizar o A-12 São Paulo? Ou encomendar a construção de um novo porta-aviões? Ou, ainda, dar baixa no navio capitania de sua Esquadra e comprar um porta-aviões usado por oportunidade?

A título de ilustração, abaixo tem-se uma ideia dos custos de construção de um porta-aviões.

  • Gerald R Ford – US$ 13.5 bilhões
  • George HW Bush – US$  6.26 bilhões
  • Queen Elizabeth (UK) – US$ 3.7 bilhões
  • Charles de Gaulle (France) – US$ 3.7 bilhões
  • Cavour CVH (Italy) – US$ 2 bilhões
  • Hyuga DDH (Japan) – US$ 1.06 bilhões
  • Vikrant (India) – US$ 762 milhões

Cabe ressaltar que os menores custos de aquisição estão relacionados aos porta-aviões de operação VSTOL (Vertical or Short Takeoff and Landing), apresentando custos mais elevados os de operação CTOL (Conventional Takeoff and Landing, estes dotados obrigatoriamente de catapultas e aparelho de parada). A MB opera os porta-aviões CTOL, desde o navio-aeródromo ligeiro Minas Gerais – A11, incorporado à Armada em 1960. Este modo de operação requer um longo período de treinamento das tripulações envolvidas para atingir-se a eficiência operacional segura.

Conforme descrito na Estratégia Nacional de Defesa (END), onde são elencados os principais objetivos da defesa, destaco para a análise desse assunto os seguintes:

  • defender os interesses nacionais, as pessoas, os bens e os recursos brasileiros no exterior;
  • contribuir para a estabilidade regional;
  • contribuir para a manutenção da paz e da segurança in­ternacionais;
  • intensificar a projeção do Brasil no concerto das na­ções e sua maior inserção em processos decisórios interna­cionais;
  • estruturar as Forças Armadas em torno de capacidades, dotando-as de pessoal e material compatíveis com os plane­jamentos estratégicos e operacionais;

Além disso, conforme amplamente debatido em diversos fóruns, um país com as aspirações do Brasil no cenário internacional vê-se obrigado a ter uma Esquadra forte e bem equipada, nucleada em um porta-aviões, para atingir seus objetivos estratégicos; caso contrário, corre-se o risco de:

  1. não cumprir os objetivos de defesa quando da necessidade real de efetivo emprego das Forças Armadas (vide o conflito das Malvinas ou Falklands, onde a Royal Navy, sem a previsão de um conflito a curto prazo, havia dado baixa em suas aeronaves de alarme aéreo antecipado (AEW), e, surpreendida pela ação argentina teve que improvisar e desenvolver tempestivamente a aeronave SeaKing com o referido sistema; do mesmo modo a ARA, face a reduzida capacidade operacional de seu porta-aviões e escoltas, que sequer suspenderam dos portos devido `a ameaça de um submarino nuclear inglês no teatro de operações marítimo e, aliado a esse fato, a inexistência de uma aeronave reabastecedora tipo AAR (air-to-air refueling, como as futuras aeronaves KC-2 Turbo Trader recém adquiridas pela MB junto à US Navy e ora em fase de modernização), teve a ARA que lançar mão de vagas aéreas a partir de terra com suas aeronaves Super Étendard armadas, missões essas que se assemelharam às kamikaze japonesas da Segunda Guerra Mundial. Como já dizia Rui Barbosa “Esquadras não se improvisam”;
  2. tornar-se um ator de pouca relevância no cenário internacional. Aliás, como sempre é propagado pelos Estados Unidos em suas campanhas midiáticas: “porta-aviões, 90.000 toneladas de diplomacia”.

Voltando ao dilema brasileiro, todas as perguntas têm soluções exequíveis de serem adotadas: abolir o emprego de um porta-aviões vai de encontro à consecução dos princípios de defesa acima elencados e descritos nos diversos documentos condicionantes, como o Plano Estratégico da Marinha (PEM) e o Plano de Articulação e Equipamento da Marinha (PAEMB); a modernização do A12 requer aproximadamente quatro anos após tomada a decisão; a aquisição de um novo porta-aviões demanda pelo menos cinco anos após a assinatura do contrato com um estaleiro, desde que haja um estaleiro disponível para um encomenda dessa envergadura; uma aquisição por oportunidade de um porta-aviões CTOL de propulsão convencional, (modo de operação a ser mantido em função da escolha pela Força Aérea do caça sueco Gripen NG o que, por comunalidade operacional entre as duas aviações, implicará na adoção pela MB do futuro caça naval Sea Gripen NG), recai sobre uma única alternativa viável no momento: o USS John F. Kennedy (CV 67), de aproximadamente 80 mil toneladas, descomissionado em 2007.

Portanto, a solução dependerá do grau de comprometimento do estado brasileiro com a área de defesa e no estado de prontidão que o Brasil deseja para emprego de sua Marinha a curto, médio e longo prazos. Ter um porta-aviões ainda é um bom problema para o Brasil!

Rogério Miccuci

Aviador Naval da reserva da MB

Fonte: Tecno Defesa

Exército Brasileiro estuda aquisição de obuses autopropulsados

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O EB está considerando plataformas sobre rodas 6×6 ou 8×8 para obus de 155mm (Imagem: Divulgação)

O Exército Brasileiro está estudando a viabilidade e definição de características para uma possível compra de um modelo de sistema de artilharia autopropulsado dotado de obus como parte do seu Projeto Estratégico  Guarani. Após concluir os estudos, a Força irá esboçar o conceito de emprego, requerimentos operacionais básicos e requisitos técnicos, segundo informou uma fonte envolvida com o PE Guarani.

O sistema está destinado a fornecer fogo pesado e de precisão à longas distâncias para infantaria mecanizada, proporcionando mobilidade tática estendida, manobrabilidade e cobertura para tropas.

A configuração atualmente considerada para esse sistema corresponde à plataformas 6×6 ou 8×8 sobre rodas portando um canhão de calibre 155mm. Também deverá ser requisitada a integração com a rede de comando e controle.

Fonte: Tecno Defesa