O presidente norte-anericano Barack Obama assinou a lei do orçamento militar para 2014, em que foram discriminadas as regras aplicáveis aos sistemas de navegação. Na sequência da nova legislação a instalação de estações terrestres GLONASS ficou impossibilitada. Contudo a navegação por satélite é uma área onde, em vez de competir, se deve unir os esforços, refere Alexei Smyatskikh, o diretor-geral da holding SpaceTeam.

“Por todo o mundo, tal como na Federação Russa, não existem limitações à recepção e à utilização do sinal GPS. Nesse aspecto nós sempre estivemos abertos à cooperação. Todos os especialistas técnicos sempre afirmaram, afirmam e continuarão a afirmar, que a utilização de duas constelações de satélites, o GLONASS e o GPS, é muito mais vantajosa para o usuário que a utilização de apenas uma.”

O pedido para a construção das estações foi formulado pela parte russa ainda em maio de 2012. O Departamento de Estado dos EUA já se preparava para emitir a licença, mas foi duramente criticado pelo Congresso e pelo Pentágono, que consideraram que o sistema russo poderia ser usado em espionagem. Por isso, a nova lei também discrimina que os sistemas de navegação devem transmitir apenas dados não encriptados. Não é de excluir, porém, que a parte norte-americana também possa utilizar o seu sistema GPS com fins militares, diz Alexander Vlasov, diretor para o desenvolvimento de mercados da companhia Grotek:

“Eu penso que uma das razões que nos levou a desenvolver o nosso próprio sistema de navegação global por satélite foi precisamente a vontade, em primeiro lugar, de nos tornarmos independentes de uma eventual decisão norte-americana de nos excluir do seu sistema. Em segundo lugar, foi para excluir a possibilidade de o sistema estadunidense de posicionamento global ser utilizado para vigiar algumas deslocações sensíveis de pessoas e bens.”

Tanto mais que a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA recorre aos métodos mais refinados de espionagem de políticos por todo o mundo. Um dos acontecimentos mais importantes deste ano foram as revelações de Edward Snowden sobre a vigilância a que os norte-americanos submeteram os políticos europeus, recorrendo mesmo a escutas das suas telecomunicações móveis. Segundo informações recentes, os serviços secretos dos Estados Unidos recolhiam informações depois de terem pirateado o sistema Sea-Me-We-4, que faz a ligação por cabo entre a Europa, o Norte de África e a Ásia.

Fonte: Voz da Rússia