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Intrigas entre as gerações: a quem incomoda FGFA?

 

Rafale, caça, França

Foto: EPA

Evitar a discussão de temas aéreos é impossível, embora a “Defexpo 2014” seja uma exposição de armamentos navais e terrestres, realizada em Nova York.

Isto é especialmente difícil tendo como pano de fundo a campanha de críticas, iniciada recentemente pela imprensa indiana, de um dos programas russo – indianos mais ambiciosos – a criação do caça da quinta geração FGFA, na base do projeto russo T-50 PAK FA.

O vice-chefe do Serviço Federal de Colaboração Técnico–Militar, FSVTC, Viacheslav Dzerkaln apontou há pouco que as obras no quadro deste projeto continuam de acordo com o cronograma, elaborado anteriormente. Ao mesmo tempo, este ataque informativo torna evidente que na Índia existe um número bastante grande de adversários da colaboração com a Federação Russa nesta esfera.

A essência do problema é o seguinte: as estruturas da Força Aérea da Índia, que contam com a utilização dos aviões, produzidos na Federação Russa e na França, esperam que na direção da Força Aérea haja dois grupos de lobby – o pró-russo e o pró-frances. O segundo grupo, que tinha alcançado há pouco o êxito, – o caça francês Rafale saiu vencedor na licitação MMRCA, – enfrenta o problema de falta de recursos. O custo do Rafale, que ultrapassa os limites aprovados nos contratos e as possibilidades econômicas reduzidas da Índia, faz buscar meios complementares.

Por isso, o programa de criação conjunta com a Rússia do caça da quinta geração torna-se alvo de ataques por parte de lobistas. O alvo principal da crítica é o preço do avião, que vai ultrapassar, evidentemente, 100 milhões de dólares por cada aeronave. Mas a futura compra de 126 caças Rafale, que vai custar à volta de 20 bilhões de euros, resulta ainda mais cara. Além disso, não se pode esquecer a diferença entre as gerações – o caça T 50, protótipo de FGFA, realizou o seu primeiro vôo em janeiro de 2010, isto é, 23,5 anos mais tarde do que o primeiro Rafale.

O caça Rafale pode ser substituído por alguma outra aeronave com características tático-técnicas semelhantes, enquanto que o projeto FGFA neste plano é único: ninguém mais vai fornecer à Índia o caça pesado da quinta geração.

No entanto, a “peleja em torno do dinheiro” continua e, dada a situação atual, é pouco provável que ela pare em breve. Vários especialistas afirmam que a Índia pode renunciar perfeitamente ao Rafale e anular os resultados da licitação MMRCA, redistribuindo os meios a favor de outros programas, incluindo o FGFA.

O caça da quinta geração não é o único projeto das indústrias aeronáuticas da Rússia e da Índia. Ambas as partes depositam grandes esperanças no projeto MTA, isto é, avião de transporte multimissão, cujo protótipo é o avião Il-214.

O acordo intergovernamental sobre o desenvolvimento conjunto e construção do avião MTA foi assinado pelos governos da Rússia e da Índia ainda em 2007. Mais tarde os parceiros combinaram que cada uma das partes, a russa e a indiana, iriam possuir 50% das ações da empresa, cujo staff seria sediado em Nova Deli. A produção do avião seria efetuada na Rússia e na Índia. De acordo com os planos, devem ser produzidas 205 aeronaves. Estipula-se que 3% delas podem ser exportadas.

Se tudo seguir de acordo com o plano, o MTA vai realizar o seu primeiro vôo em 2016 – 2018. Viktor Livanov, projetista – chefe da Sociedade Anônima de Capital Aberto Ilhyuchin, revela que o Ministério da Defesa da Rússia pretende encomendar cem aviões deste tipo e a Índia, 45. Isto permitirá atingir a produção sem prejuízo. Calcula-se que o potencial total do mercado mundial de aviões de MTA, levando em consideração a aviação civil de transporte, chega 390 aeronaves.

Por enquanto, ninguém pode indicar a data do primeiro vôo mas o mais provável que isso ocorra em 2017. O novo avião deve preencher o nicho de aviões com capacidade de carga de 12-20 toneladas que ficará livre na Rússia depois da expiração do prazo de serviço do avião An-12.

A realização do projeto MTA depara um grande número de problemas mas o êxito desta aeronave é de suma importância tanto para a força aérea da Rússia, como para a força aérea da Índia. Os dois países têm um grande número de objetos afastados, cujo abastecimento pode ser efetuado somente pelo ar. Nestes casos a utilização de aeronaves do tipo Il-76 nem sempre é possível e conveniente.

A realização dos projetos FGFA e MTA permitirá à Índia obter a indústria aeronáutica moderna. Quanto à Rússia, estes projetos permitem-lhe avançar na elaboração dos projetos à custa dos meios financeiros dos parceiros, elevando o nível de tecnologias e a competência dos projetistas. Não se pode menosprezar esta oportunidade quando os projetos de novos modelos técnicos se tornam cada vez mais caros e mais complicados.

 

Voz da Rússia

Nova metralhadora russa será apresentada na exposição na Índia

Nova metralhadora russa será apresentada na exposição na Índia

Foto: EPA

A metralhadora russa mais recente será apresentada pela primeira vez na exposição internacional da indústria militar Defexpo 2014.

A metralhadora foi desenvolvida pelo Bureau de Design de Instrumentos na cidade de Tula e, atualmente, não tem análogos no mercado de armas ligeiras.

A arma pode disparar tanto em terra, como na água. No lançador de granadas foi instalado um dispositivo especial que permite disparar com luvas de mergulho.

A exposição internacional Defexpo 2014 será realizada de 6 a 9 de fevereiro, em Nova Deli.

 

Voz da Rússia

Putin autoriza demonstração do Su-35S na França

 

Putin autoriza demonstração do Su-35S na França

© aviasalon.com

O presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto autorizando a demonstração do novo caça multifuncional russo Su-35S no Salão Internacional de Aeronáutica de Le Bourget (França).

“Autorizo a exposição e demonstração do caça multifuncional Su-35S no Salão Internacional de Aeronáutica  Air Show 2013, a realizar de 17 a 23 de junho de 2013, em Paris (França), sob condição de divulgação das informações sobre suas características técnicas ao nível dos materiais de promoção do Su-35”, diz-se no decreto assinado pelo presidente.

 

Voz da Rússia

Perspetivas do mercado russo de helicópteros

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Mi-28NE © Voz da Rússia

O mercado russo atrai cada vez mais as atenções dos fabricantes de helicópteros internacionais. Várias empresas europeias e estadunidenses, interessadas em assinar contratos vantajosos com potenciais compradores russos, apresentam os seus aparelhos na VI Exposição Internacional da Indústria de Helicópteros HeliRussia 2013, inaugurada em Moscou.

Hoje a Rússia atravessa um certo défice em helicópteros civis ligeiros. A indústria russa de construção de helicópteros se dedicou tradicionalmente à construção de aparelhos médios e pesados, assim como ao fabrico de helicópteros militares de ataque. Essa particularidade não passou despercebida e foi aproveitada pelos fabricantes estrangeiros, para quem o mercado russo abre novas perspetivas, nomeadamente o segmento do transporte empresarial e a emergência médica, refere o representante oficial na Rússia da empresa norte-americana Bell Helicopter Alexander Evdokimov:

“As perspetivas são muito boas porque esse setor está em desenvolvimento. Considerando a nossa linha de produtos, nós vemos que os helicópteros de um e de dois motores terão procura por aqui. Nos próximos três a quatro anos nós esperamos vender dezenas de helicópteros neste mercado”.

Além disso, os construtores de helicópteros estrangeiros vêm boas perspetivas para a venda dos seus aparelhos às empresas russas de exploração de petróleo e de gás. Segundo contou à Voz da Rússia Richard Fits, as conversações com compradores russos estão já no nível das propostas concretas:

“Nós já recebemos vários utilizadores de helicópteros que vêm as vantagens dos nossos produtos e que gostariam de utilizá-los nas plataformas petrolíferas offshore. Durante a exposição, nós esperamos encontrar-nos com os representantes dessas companhias para um entendimento mais preciso das suas exigências quanto aos helicópteros a utilizar”.

Entretanto, os fabricantes russos também obtiveram os seus êxitos. Os helicópteros militares russos têm uma procura constante. Segundo o chefe do Departamento de Exportação de Helicópteros e Serviços da Rosoboroexport, Grigori Kozlov, só a carteira de encomendas já formalizada documentalmente já é neste momento de quase seis bilhões de dólares. Em perspetiva, os volumes de encomendas irão crescer consideravelmente, em primeiro lugar graças à entrada no mercado externo de novos modelos de aparelhos.

“Nós iniciámos agora as campanhas de promoção do helicóptero Ka-52. Na gama dos helicópteros “Mi”, nós fizemos obtivemos as primeiras relações contratuais relativamente aos helicópteros militares Mi-28NE e ao helicóptero Mi-26T2. Este é um aparelho de transporte pesado que não tem análogos”.

É bastante possível que, num futuro previsível, os helicópteros russos entrem numa nova fase do seu desenvolvimento. O tráfego rodoviário, que aumenta a cada ano, já obrigou por diversas vezes o Governo a fazer ressurgir a ideia dos táxis aéreos, se bem que os seus esforços ainda não tenham vingado. A única exceção é o mais alto nível da estrutura do Estado russo: por vezes é necessário transportar de helicóptero o presidente e o primeiro-ministro para os seus locais de trabalho no centro de Moscou .

 

Voz da Rússia

Rússia exporta submarinos para a Ásia

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© www.admship.ru

Na exposição internacional LIMA 2013, na Malásia,  Igor Vilnit, diretor-geral do gabinete de projetos Rubin explicou como estão a ser executados os projetos para exportação de submarinos russos para países da Ásia.

O Vietnã irá receber, já em 2013, o primeiro dos seis submarinos do projeto 636 encomendados. Neste momento, o primeiro submarino vietnamita, o Hanói, se encontra em fase de testes. No início do ano, na Rússia teve início a formação da sua tripulação vietnamita. Simultaneamente, os especialistas russos estão construindo no Vietnã a infraestrutura necessária para operar os submarinos e para a formação de submarinistas.

Não é de excluir que a entrega dos submarinos do projeto 636 ao Vietnã decorra ainda mais depressa, declarou Igor Vilnit, diretor-geral do desenvolvedor russo dos submarinos, o gabinete de projetos Rubin. Já foi lançado à água o segundo submarino da encomenda vietnamita e em agosto deverá ser lançado à água o terceiro. É possível que o Vietnã receba em 2013 dois submersíveis e mais um em 2014. A totalidade de seis submarinos terá de ser entregue ao país até finais de 2016.

Assim, 2013 será o ano da criação da esquadra de submarinos da marinha vietnamita. Anteriormente, o Vietnã tinha tentado criar uma força de submarinos adquirindo dois minissubmarinos à Coreia do Norte, mas essas pequenas unidades norte-coreanas se revelaram de fraca capacidade de combate.

A compra dos submarinos do projeto 636 à Rússia satisfaz as necessidades do Vietnã de proteção da sua soberania no mar e não constitui uma ameaça aos interesses da China, que é um parceiro estratégico da Rússia. A reduzida esquadra de submarinos não dão ao Vietnã a possibilidade de derrotar a frota chinesa, muitas vezes superior, mas permite uma manutenção do status quo se apoiando em forças próprias. A ausência de uma marinha de guerra nacional eficaz poderia ter empurrado o Vietnã para uma aliança mais estreita com potências de fora da região, como aconteceu com as Filipinas. Entretanto, um conflito real entre o Vietnã e a China é extremamente improvável porque a política chinesa em relação ao Vietnã se baseia na atração dos vietnamitas para um cooperação econômica e comercial o mais estreita possível.

Outro destino promissor para as exportações de submarinos russos para a Ásia é a Índia. A marinha indiana se está preparando para abrir um concurso para a compra de seis submarinos convencionais. Segundo o diretor-geral da Rubin, a Rússia planeja apresentar aos indianos submarinos do projeto Amur-950. Esta é uma versão reduzida do submarino Amur-1650que está a ser negociado para um fornecimento à China. Comparando com oAmur-1650 eles possuem um deslocamento inferior e um raio de ação mais pequeno, enquanto o seu armamento é apenas ligeiramente inferior ao dos submarinos Amur-1650.

A particularidade dos submersíveis Amur-950 é o sistema de lançamento vertical para 10 mísseis de cruzeiro que, em caso de necessidade, podem ser lançados em dois minutos. Na versão proposta à marinha indiana, os navios poderão ser equipados com mísseis de cruzeiro supersônicos BrahMosde fabrico russo-indiano. A participação da Rússia no projeto BrahMos é considerada como uma grande vantagem da proposta russa nesse concurso, que conta também com a participação de fabricantes franceses de submarinos. É evidente que estes navios, com um deslocamento relativamente pequeno, se destinam a operar apenas no Oceano Índico.

Entretanto, continuam as conversações com a China para o fornecimento de quatro submarinos maiores Amur-1650. Dois deles serão equipados com os novos motores russos que funcionam sem admissão de ar atmosférico. Graças ao aumento da autonomia de navegação, os submarinos do projeto Amur-1650 poderão operar no Oceano Pacífico a uma distância considerável das suas bases. Comparando com os submarinos do projeto 636 fornecidos anteriormente à China, o Amur-1650 tem uma detetabilidade bastante mais baixa, o que aumenta as suas possibilidades de escapar aos sistemas de defesa antissubmarinos do Japão.

Os submarinos de propulsão diesel-elétrica modernos são uma arma eficaz e relativamente barata que dá às marinhas dos países asiáticos em desenvolvimento a possibilidade de se oporem às grandes frotas dos países desenvolvidos. A experiência da Guerra das Malvinas de 1982 e as manobras posteriores dos países da OTAN demonstraram que, quando comandados de forma eficiente, esses submarinos podem ultrapassar com sucesso as defesas antissubmarinos dos grupos de ataque de porta-aviões.

 

Voz da Rússia

Aero India 2013: perspectivas de cooperação

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EPA

Na base das Forças Aéreas indianas de Bangalore abriu-se a exposição Aero India 2013, que tradicionalmente goza de um interesse ativo por parte de fabricantes e fornecedores russos de armas e equipamentos militares. Tendo em conta o crescimento dos orçamentos militares dos países da Ásia-Pacífico, o papel das feiras de armamento asiáticas só irá aumentando.

 

Execução de contratos antigos à expectativa de contratos novos

Os mercados asiáticos já são tradicionalmente considerados como “domésticos” dos produtores russos. No período pós-soviético, a China, a Índia e o Sudeste Asiático vêm assegurando uma importante porção da demanda externa de armas russas, e o processo de modernização das Forças Armadas dos países da Ásia, obviamente, irá continuar. Entre os parceiros asiáticos da Rússia, a Índia ocupa um lugar de destaque: a cooperação com este país começou ainda na década de 1960 e segue continuando sem parar até a data. No entanto, não valeria a pena esperar que a presente edição da exposição de Bangalore trouxesse novos contratos recordistas, pois a Rússia associa as principais perspectivas neste mercado de armamentos com a aparição, nos próximos anos, de equipamentos de nova geração.

Veja as fotos da exposição

Hoje em dia, a Federação da Rússia e a Índia continuam a cooperação executando os contratos anteriormente assinados, incluindo os mais recentes. Assim, em dezembro de 2012 foi fechado um contrato de fornecimento à Índia de mais 42 kits para a ensamblagem de jatos Su-30MKI. Para o presente momento, o pacote de encomendas do Su-30MKI para a Força Aérea da Índia totaliza 250 aparelhos, dos quais 150 já foram entregues.

A cooperação irá continuando também na área de helicópteros: os Mi-17, máquinas bem experimentadas e seguras, seguem sendo fornecidos para as Forças Armadas indianas, e espera-se que, num futuro próximo, haverá outro contrato para prover desses aparelhos o Ministério do Interior da Índia. Podemos lembrar igualmente a cooperação assaz ativa com a Marinha indiana, que vai de reparação de submarinos construídos na Rússia na década de 1990 a entrega do porta-aviões Vikramaditya que se espera neste ano.

O desenvolvimento conjunto do caça de quinta geração do projeto T-50/FGFA promete ser, nos próximos anos, o processo mais interessante no quadro de cooperação entre a Rússia e Índia. Na década de 2020, a Força Aérea da Índia deverão receber 200 a 250 aeronaves deste tipo. O valor do programa, compreendendo a manutenção de máquinas e o fornecimento de equipamentos e armas, pode exceder 40 bilhões de dólares.

Esperanças depositadas na defesa antiaérea

A defesa antiaérea da Índia segue sendo tradicionalmente uma “coisa em si”. Nesta matéria os indianos fazem aposta em seus próprios desenvolvimentos e na parceria com Israel. No entanto, a Rússia irá tentar a sorte na próxima concorrência, oferecendo à Índia uma versão de exportação do S-300V4, um dos melhores sistemas de defesa antimíssil existentes hoje, destinados à interceptar mísseis de curto e médio alcance.

Ainda é cedo dizer quão bem sucedida seria essa licitação para a Rússia: a experiência patenteia que uma concorrência indiana corretamente organizada pode durar, da convocação até a atribuição da encomenda, uns dez anos.

Desenvolvimentos conjuntos

A Índia, bem como outros grandes países emergentes, está interessada, em maior grau, em desenvolvimentos conjuntos do que no fornecimento de armas em si. Hoje em dia, dentre os projetos conjuntos russo-indianos, para além do já referido T-50 que é, incontestavelmente, o êxito absoluto do programa de cooperação, pode-se destacar os mísseis BrahMos, incluindo o hipersônico BrahMos-2, e o avião multifuncional de porte médio Il-214 (MTA).

Esses projetos também têm um período de execução bastante longo e serão dispendiosos em termos de recursos materiais e financeiros. No entanto, a cooperação com a Rússia constitui hoje para a Índia uma das poucas oportunidades de obter acesso a tecnologias militares modernas, e sem sérias limitações que impõe a cooperação com a UE e os EUA. Por outro lado, para a Rússia, é uma oportunidade de ganhar dinheiro através de exportações e desenvolvimentos de altas tecnologias, e sem aqueles danos que muitas vezes acarreta a cooperação similar com a China.

 

Voz da Rússia