Marinha do Brasil tem nova embarcação à frente da missão de paz no Líbano

A Corveta Barroso desatracou da Base Naval do Rio de Janeiro em 8 de agosto rumo a Beirute, no Líbano, onde assumiu como nau-capitânia da Força-Tarefa Marítima (FTM) da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) no lugar da Fragata União. [Foto: Marinha do Brasil]

Com a Corveta Barroso, a Marinha do Brasil dá continuidade a sua participação na Força-Tarefa Marítima (FTM) da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL).

A embarcação assumiu como nau-capitânia da missão de paz em 14 de setembro, em substituição à Fragata União, que estava naquele país havia seis meses. Antes mesmo de chegar a seu destino, em 4 de setembro, o navio e sua tripulação de 191 militares enfrentaram um desafio inesperado: realizar o resgate de refugiados que estavam em uma embarcação prestes a afundar, no Mar Mediterrâneo, perto da costa da Sicília, na Itália. “Passaram-se aproximadamente 30 minutos entre o momento em que recebemos a ordem de alterar o curso e o momento em que efetivamente encontramos a embarcação”, diz o Capitão-de-Fragata Alexandre Amendoeira Nunes, comandante da Corveta Barroso. “A partir dali, focamos na missão de resgatar crianças, mulheres e homens.”

A tripulação ofereceu cuidados médicos e alimentação aos refugiados no convés de voo do Barroso, antes de desembarcá-los no porto italiano de Catania, no dia seguinte.

“[Mas] o fator decisivo [para o êxito do resgate] foi a enorme vontade de todas as 220 pessoas de querer viver, ao decidirem se arriscar a morrer no mar em vez de permanecer em terra, onde as oportunidades são cada vez menores diante das adversidades da guerra”, diz o CF Amendoeira. “Uma embarcação, ao ser indicada para uma missão como a UNIFIL, passa por processos de seleção e preparação de sua tripulação. Esta conduz a preparação do navio no tocante ao material e, principalmente, passa por muitos adestramentos, que nos dão segurança para executar diferentes manobras em operações no mar. O conjunto funcionou muito bem.”

Patrulhamento da costa do Líbano

No percurso para o Líbano, quando estava próxima à costa da Sicília, na Itália, a Corveta Barroso resgatou refugiados que estavam em embarcação prestes a afundar. [Foto: Marinha do Brasil]

Após o resgate dos refugiados, a Corveta Barroso dedicou-se à missão na UNIFIL, que foi criada em 1978 pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para colaborar com a retirada das forças israelenses do sul do Líbano, devolver a paz e a segurança internacional na região e auxiliar o governo libanês na retomada da sua autoridade. Em 2006, após a segunda guerra do Líbano, a missão teve seu mandato ampliado e foi reforçada com a criação da FTM.

O Brasil passou a participar da FTM em 2011, quando também assumiu seu comando. A Corveta Barroso é um dos sete navios que atualmente integram a FTM-UNIFIL, sendo a quarta embarcação brasileira a integrar a missão. As outras foram as fragatas Constituição, Liberal e União.

Além da Corveta Barroso, a FTM conta com duas embarcações bengalis, uma alemã, uma indonésia, uma turca e uma grega, com um contingente multinacional total de 858 militares. A esquadra está sob a liderança do Contra-Almirante brasileiro Flávio Macedo Brasil, que tem comandado tarefas de interdição marítima na costa do Líbano e de capacitação da Marinha libanesa, realizando assim os dois objetivos da FTM-UNIFIL.

Três navios da frota patrulham continuamente todo o litoral do Líbano – quase 13.000 quilômetros quadrados – a uma distância média de 83 km da costa, diz o C Alte Brasil.

Capacitação da Marinha libanesa

As embarcações da FTM e suas tripulações capacitam a Marinha do Líbano, dando aulas teóricas, que ocorrem em terra, e fazendo atividades práticas a bordo dos navios da FTM ou da Marinha do Líbano.

“Realizamos treinamentos conjuntos, quando os navios da Marinha do Líbano disparam seus armamentos e nós disparamos os nossos”, diz o C Alte Brasil. “Mas, devido à complexidade tecnológica dos nossos sistemas e armamentos, que demandam extensa qualificação para operá-los, os militares da Marinha do Líbano participam dos nossos exercícios de tiro na Barroso apenas como observadores.”

A Corveta Barroso está equipada com um míssil, um canhão com alcance de 22 km, outro canhão antiaéreo e lançadores para torpedo Mk-46. Possui ainda uma aeronave embarcada, que funciona como vetor de armas e como extensão dos sensores do navio. Armamento de pequeno calibre, instalado na embarcação especialmente para a missão de paz, completa o conjunto.

“São metralhadoras .50, adequadas para reagir proporcionalmente a ameaças representadas por embarcações de pequeno porte que penetrem o perímetro de segurança do navio”, completa o C Alte Brasil.

 

Fonte: DefesaNet

Sobre Francisco Santos

Jornalista e Editor.

Publicado em 12/07/2015, em Marinha, Notícias, Oriente Médio e marcado como , , , , , , , . Adicione o link aos favoritos. 5 Comentários.

  1. eadem@ig.com.br

    Corvetas não “desatracam”, mas SUSPENDEM FERROS!

    Quem poderia se “desatracar” seriam duas prostitutas de bordel barato em luta corporal ao serem apartadas pela ronda policial.

    Quanto ao “salvamento” no Mar Mediterrâneo dos 200 “refugiados” creio haver sido um péssimo negócio, pois a Marinha do Brasil ao invés de fazer um suposto GESTO HUMANITÁRIO caiu ingenuamente na esparrela de compactuar com os traficantes de gado humano existentes no Norte da África e sul da Ásia e Europa.

    Note-se que esses traficantes de gente ganham milhões de dólares ou euros para embarcarem os pobres-diabos em precárias barcaças e as empurram para o mar sob a promessa de melhorias de vida, mas em meio caminho os abandonam à matroca e com enormes chances de soçobrarem e perder-se no mar… e os bandidos (árabes acobertados por norte-americanos e ingleses) ficam com os lucros!

    Vai daí, creio que a MB não deveria se meter nisso pois não é essa a missão dela, que aliás é bem distante dali, no Líbano.

    Na verdade sou totalmente contra essa migração forçada de africanos e principalmente islâmicos para a Europa, pois no futuro eles causarão enormes problemas aos europeus e desestabilizarão totalmente àquele continente.

    Também não admito que os africanos enviem seu excesso de população para o Brasil, pois não somos depósito de lixo e bandidos por bandidos já nos bastam os nossos.

    Por fim, os negros não são inteligentes? Competentes? Sábios? Ou sempre têm respostas ou algum “jeitinho” para tudo? Pois que resolvam os problemas dos africanos lá mesmo pelas Áfricas… pois foram eles mesmos que os criaram ao longo dos últimos dez milênios!

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  2. a.tra.ca.dou.ro ou – a.tra.ca.doi.ro, Substantivo masculino. Lugar onde se atracam embarcações… Se estava atracado; Desatracar esta certo.

    Levantar ferros = expressão usado quando a Embarcação esta ao “Largo” longe do Cais. Assim como a Esquadra de Cabral quando chegou em Porto Seguro na Bahia. Muitos Livros de historia usam erradamente a expressão Aportar, Como? Se não havia Porto. Tveram que fundear ao Largo longe da Praia.

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  3. que tipo de míssil a corveta tem? qual é o alcance dele?

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  4. William André dos Santos

    Obs…Eu sou profissional Técnico em Eletrônica/Instrumentação/Automação. Trabalhei mais de 30 anos embarcado nas Plataformas de Petróleo da Bacia de Campos em mais de 80% das Plataformas e tive o prazer de participar de algumas operações com à Marinha do Brasil. Esses Profissionais da Marinha Brasileira são muito bem treinados e não deixa mole para ninguém ok.

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  5. Renilson Almeida

    Que tal artigo sobre as forças armadas da Líbia,Líbano e Libéria?

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